18
de maio de 2012 | N° 17073
DAVID
COIMBRA
Do contra
Sou
contra a EPTC. A EPTC podia fechar e passar todo o trabalho e os recursos dele
decorrentes para a Brigada. Se o controle do trânsito voltasse a ser da BM, a
segurança teria mais verbas e haveria mais policiais nas ruas. Os azuizinhos
não perderiam emprego, passariam a ser brigadianos e tudo ficaria bem. Então,
sou muito contra a EPTC.
Também
sou contra o voto obrigatório. Se algum dia educou, o fato de o voto ser
compulsório não educa mais; só enche o saco do eleitor. Diminui a qualidade do
voto, ao invés de aumentá-la. Você lembra em qual !@#@!$#%¨%$#! candidato você
votou na última eleição? Não lembra porque o !@#@!$#%¨%$#! do voto é
obrigatório. Se não fosse, você votaria com mais gosto e critério.
Sou
contra a política do Cpers. Os 30 anos de greves não melhoraram a situação dos
professores, nem da Educação. Ambos, professores e Educação, vivem um tempo de
tragédia, e uma das causas disso é a tática de enfrentamento do Cpers.
Sou
mais contra ainda a política dos governos do Estado e do país para a Educação.
Não há investimento na Educação primária, nem coragem para enfrentar os
problemas. Os governos investem nas universidades porque é mais fácil. O nó
está lá embaixo, na escola fundamental, mas agir nessa área dá muito trabalho.
Sou
contra as cotas raciais nas universidades. Se o Estado quer corrigir distorções
antigas, basta fornecer cotas para as escolas públicas. Negros, índios,
mamelucos, japoneses, alemães, iugoslavos, pobres em geral estudam em escolas
públicas. Um negro rico pode estudar toda a vida em escola particular e se
beneficiar com a cota racial. A cota racial é bem-intencionada, mas gera ainda
mais preconceito e discriminação. Sou totalmente contra.
Sou
contra manifestações de ciclistas que infringem as leis de trânsito, contra
manifestações de sem-qualquer-coisa que invadem prédios públicos, contra quem
invade praças, contra quem fecha ruas ou estradas. Manifestações desse tipo são
CONTRAproducentes, porque só aporrinham a população, que também tem lá as suas
queixas e só quer viver a vida em paz.
Sou
contra pitbulls. Você não pode criar um leopardo ou um leão em casa, porque
eles são feras, põem em risco a comunidade. O pitbull também é uma fera, além
de ser um cachorro muito feio. Mas não é preciso eliminar os pitbulls, “matar
tudo”, como defendem alguns. Não. Basta esterilizá-los e a espécie se extinguirá
de forma lenta e indolor.
Sou
contra a palmada educativa. Uma criança pode ser educada muito bem sem castigo
físico. Palmada é reação de pais preguiçosos.
Sou
contra a lei que proíbe a palmada educativa. O Estado não tem de se intrometer
na intimidade familiar. Se os pais estiverem maltratando a criança, já existem
leis para defendê-las.
Sou
contra a mistura de álcool com direção, contra a venda de álcool nas
proximidades das estradas, contra a venda de álcool para menores de idade.
Sou
contra o limite zero de consumo de álcool para motoristas na cidade. Na
estrada, o motorista não poderia nem enxaguar a boca com Listerine; na cidade,
há que se ter um limite de bom senso, para não se incorrer em injustiças.
Sou
contra, mais do que tudo, a intolerância. Sou intolerantemente contra a
intolerância. A tolerância é a virtude que nos torna humanos. Por isso, basta
ponderar, e muitas vezes me torno a favor de coisas de que sou contra.
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