27
de maio de 2012 | N° 17082
PAULO
SANT’ANA
Formação de
quadrilha
Estou
denunciando publicamente por esta coluna três pessoas por formação de
quadrilha.
Os
médicos Sérgio Roberto Haussen, Luiz Lavinsky e Sady Selaimen da Costa se
reuniram na calada da noite e resolveram o seguinte: o autor desta coluna tem
de parar imediatamente de fumar, enquanto há tempo.
Quem
me deu a notícia foi o doutor Haussen. Os outros dois médicos não tiveram a
coragem de me noticiar o infausto acontecimento. Tiveram medo de que minha
reação fosse violenta.
A
ordem é para já. Deram-me um ultimato, eu poderia fumar mais dois dias, mas no
terceiro teria de largar o cigarro para sempre.
Não
sei se terão êxito em sua pretensão criminosa, o que sei é que balancei e estou
disposto a me entregar à quadrilha.
Segundo
os três quadrilheiros, o cigarro está destruindo o meu corpo.
Eles,
em verdade, são honestos: não prometem que eu vá melhorar de saúde se parar de
fumar. Mas prometem ardorosamente que minha saúde não piorará se eu parar de
fumar.
Estou
há oito horas meditando sobre se a ordem dada a mim é ou não impossível de ser
cumprida.
De
início, estou disposto a cumpri-la. Se a recompensa for a que os três
quadrilheiros acenam, vale a pena ceder a eles e abandonar meu amigo mais fiel
de todos os tempos, o cigarro.
Assim
é que estou denunciando estes três médicos à polícia e ao Cremers por formação
de quadrilha.
Eles
estão cometendo comigo os crimes de violenta coação, uso arbitrário das
próprias razões e ameaça.
Só
os perdoarei dessa intentona caso deixe de fumar hoje e, daqui a um ano, minha
saúde mostrar sinais visíveis de reabilitação e eu ostente vestígios de uma
felicidade que me parecera impossível.
O
jogo deste domingo à tardinha no Olímpico, entre Palmeiras e Grêmio, é tão ou
mais importante do que foi a classificação contra o Bahia.
Explico:
o Grêmio joga hoje contra o Palmeiras a sua segunda partida do campeonato
nacional. Acaso o Grêmio venha a ser derrotado, o que todos nós evidentemente
não desejamos, ficaremos com zero ponto ganho em seis pontos disputados, isto
é, encravados na zona do rebaixamento. Pode ter algo mais terrível?
Por
isso é que, como nunca, a torcida gremista tem que lotar o Olímpico logo mais.
É uma questão de sobrevivência do clube, que se anima a ganhar um dos dois
títulos nacionais que disputa este ano.
O
Grêmio, passando pelo Palmeiras, alcança uma posição digna no Brasileirão,
atenuando o erro de ter poupado jogadores contra os reservas do Vasco no Rio de
Janeiro.
Por
todas essas razões, é imperiosa uma vitória dos comandados de Luxemburgo logo
mais. A torcida precisa, além de lotar o Olímpico, incentivar o time mais do
que o incentivou contra o Bahia.
O
Brasileirão é o campeonato mais importante de todos. E o Grêmio só terá chances
no Brasileirão deste ano se ganhar logo mais.
Lotem
o estádio e gritem até se esborracharem.
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