FERNANDA
ODILLA - DE BRASÍLIA
17/06/2013
- 04h54
Papéis revelam gastos de Dilma em
viagens
Com
81 m², a suíte presidencial do hotel Beverly Hills em Durban (África do Sul)
estava de portas abertas para a presidente Dilma Rousseff na reunião dos Brics
em março.
De
tamanho equivalente a duas residências do principal programa habitacional do
governo, o Minha Casa, Minha Vida, a suíte foi considerada pequena demais pelos
diplomatas do Itamaraty.
Diante
das "reduzidas dimensões" da suíte com varanda "igualmente
bastante acanhada", que seria paga pelo governo sul-africano, a comitiva
optou pelo Hilton.
Mesmo
com ajuda financeira dos anfitriões que bancaram parte das diárias de 5 dos 74
quartos reservados, US$ 94,1 mil saíram dos cofres públicos para custear a
hospedagem, segundo revelam documentos do Itamaraty que, por determinação do
governo federal, passarão a ser mantidos sob sigilo até o fim do mandato de
Dilma.
A
Folha teve acesso a correspondências que tratam de viagens internacionais de
Dilma trocadas entre a diplomacia brasileira de Brasília e das embaixadas de
países visitados pela presidente até abril.
Reclassificados
como "reservados", os papéis mostram pedidos de reserva de
hospedagem, veículos e equipamentos, detalham gastos da comitiva e trazem até
roteiros turísticos em paradas técnicas previstas para descanso da equipe e
reabastecimento do avião presidencial.
EXIGÊNCIAS
Os
documentos revelam que a lista de exigências do Itamaraty às embaixadas é
sempre grande: cerca de 17 veículos, incluindo um blindado para Dilma, furgão
sem banco para equipamentos e caminhão-baú para a bagagem; uma média de 55
quartos em hotéis; material de escritório, além de telefone e internet para as
cerca de 80 pessoas da comitiva oficial.
Editoria
de Arte/Editoria de Arte/Folhapress
Às
vezes, as exigências são feitas até mesmo para as paradas técnicas, quando
Dilma aproveita para passear.
Na
volta de Moscou, em dezembro de 2012, Dilma, a filha e quatro ministros pararam
em Marrakech, no Marrocos. O relatório da diplomacia mostra que a presidente
foi à medina, andou pela praça principal e foi reconhecida por brasileiros,
antes de ir ao hotel de propriedade da monarquia local para o tradicional chá
de boas-vindas.
A
parada técnica em Atenas, onde visitou museu e o Parthenon antes de ir à China
(abril de 2011), custou US$ 121,3 mil só em hospedagem e diárias de servidores.
No
caminho para a Índia (março de 2012), a presidente parou em Granada (Espanha),
onde também fez turismo. Para o jantar de trabalho de presidente e comitiva, a
embaixada pediu € 4.000.
A
lista de gastos das viagens presidenciais no exterior inclui US$ 3.009 com
serviço de bordo na volta do velório de Hugo Chávez, em Caracas, e € 9.457 para
instalação de linhas telefônicas na suíte presidencial e no quarto da ajudante
de ordens em Paris, em dezembro.
Há
ainda pedido de US$ 1.970 para pagar gastos com fotocópias em Cannes, durante
encontro do G20 em 2011, e de € 1.920 para o serviço de café e água no
escritório de apoio do escalão avançado na visita a Cádiz, na Espanha.
A
viagem deste ano à Itália para a inauguração do papado de Francisco, quando a
presidente preferiu um hotel a ficar na embaixada e gerou polêmica, teve alguns
gastos não divulgados pela Presidência anteriormente.
Foram
pagos € 64,6 mil euros só com aluguel de veículos -€ 11 mil para o Audi
blindado com motorista que conduziu Dilma por quatro dias. A empresa contratada
anuncia que oferece uma "experiência de luxo em Roma".
Cá
para nós como pregar moral de cuecas e exigir ética depois, não é
mesmo..?
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