13 de junho de 2013 | N° 17461
LÁBIA AFIADA
Homem é preso por golpes em advogados
Ao se passar por cliente, suspeito pedia empréstimos para custear ações
Um golpista que passava a perna em advogados no Vale do Rio Pardo foi preso pela Polícia Civil na noite de terça-feira. Pelo menos três profissionais foram enganadas pelo homem de 53 anos que se apresentava como fazendeiro ou comerciante e pedia dinheiro para levar adiante casos judiciais. As vítimas chegaram a pagar até R$ 1 mil ao suspeito de estelionato.
Onúmero de advogados que sofreram desfalque pode ser maior, já que mais de 20 profissionais teriam sido abordados. Seis advogados registraram ocorrência. De posse de imagens de segurança de um escritório de advocacia, a Polícia Civil passou a investigar o caso. A imagem do suspeito chegou até a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Santa Cruz do Sul, que disparou alerta por e-mail.
O alarme funcionou. Ao ser abordada terça-feira, uma advogada reconheceu o suspeito e alertou a polícia, que prendeu preventivamente José Almeida da Silva na mesma noite. Segundo a delegada Ana Luísa Aita Pippi, o suspeito, natural de Lajeado, conseguiu enganar dois advogados de Santa Cruz do Sul e outro de Vera Cruz.
Ao chegar aos escritórios, Silva se passaria por um cliente com problemas com a Polícia Federal e negociava os honorários para fechar o acordo.
– Ele prometia valores altíssimos como pagamento, dizia que tinha patrimônio de R$ 17 milhões. Encenava muito bem, recebendo e fazendo ligações a todo momento – diz Ana Luísa.
O suspeito dizia que era de outro município e pedia empréstimo para custear hospedagem ou transporte, somente até a transferência do pagamento para o advogado. Ele justificava dizendo que estava sem cartão de crédito.
Interrogado, Silva preferiu se manter em silêncio. Ele foi encaminhado ao Presídio Regional de Santa Cruz do Sul. No entanto, em conversa informal com alguns policiais, teria dito que o golpe seria uma vingança.
– Ele contou para colegas que tinha alguns processos e que teria procurado diversos advogados, mas que nenhum quis ajudá-lo – afirmou a delegada Ana Luísa.
Todas as vítimas reconheceram o golpista na delegacia. Agora, a polícia faz o levantamento do total do prejuízo que teria sido causado pelo suspeito e deve ouvir outras testemunhas antes de remeter o inquérito, em até 10 dias, ao Ministério Público.
vanessa.kannenberg@zerohora.com.br
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