23
de junho de 2013 | N° 17470
EDITORIAL
INTERATIVO
POR UM BRASIL MAIS
JUSTO
Até
no uso da máscara simbólica do justiceiro do filme V de Vingança por alguns
jovens, o movimento brasileiro de protestos guarda semelhanças com antecessores
como o Occupy Wall Street, nos Estados Unidos, e a Revolta dos Indignados, na
Espanha. Porém, as pessoas que tomaram as ruas e praças do país nas últimas
duas semanas têm motivações específicas, bem diferentes do suspiro
anticapitalista norte-americano e da reação espanhola ao corte de benefícios
sociais e ao desemprego.
Como
bem mostram os cartazes expostos pelos manifestantes em cada marcha, eles
exigem providências para um espectro de problemas, que vão do transporte
público caro e de má qualidade ao combate à corrupção, passando por demandas
conhecidas nas áreas de saúde, educação e segurança. Em resumo: querem um
Brasil mais íntegro e mais justo para todos.
Então,
não basta que os governantes atendam pautas eventuais, como a redução das
passagens de ônibus já anunciada em algumas cidades, inclusive por
administradores que relutavam em fazer concessões à população. Isso, evidentemente,
representa um avanço em termos de cidadania, pois resulta de uma pressão com
objetivo bem definido. Mas seria ingenuidade imaginar que todas as exigências
poderão ser satisfeitas, até mesmo porque o leque de reivindicações inclui
algumas causas verdadeiramente utópicas.
Ainda
assim, é impositivo que homens públicos e lideranças da sociedade se reciclem a
partir desse protagonismo jovem, que acrescenta uma nova força política à
realidade do país. Mesmo que seja preciso um distanciamento maior para o
perfeito entendimento dessa verdadeira revolução impulsionada pelas mídias
sociais, já está absolutamente claro que esse segmento da sociedade não se
sente representado pelas instituições, pelos partidos e pelos atuais dirigentes
políticos. O desafio, portanto, é captar essa insatisfação e buscar novas
fórmulas para atendê-la.
Claro
que os jovens não sabem tudo, nem podem tudo e muito menos têm a solução para a
maioria dos problemas que querem ver resolvidos. Mas estão dizendo que são
parte dessa solução, que querem ser ouvidos, que estão dispostos a lutar por um
país melhor. Esta oportunidade tem que ser aproveitada.
É
evidente que a onda de indignação vai arrefecer em algum momento, como
aconteceu recentemente nos países referidos no início deste texto e ao longo da
História em muitas outras nações. Que deixe, então, sementes positivas para uma
mudança real. A mensagem dos jovens não pode ser subestimada. Como escreveu o
escritor francês Georges Bernanos, “é a febre da juventude que mantém o resto
do mundo numa temperatura normal; quando esta febre desaparece, o mundo inteiro
treme de frio”.
O
editorial ao lado foi publicado antecipadamente no site de Zero Hora, na
sexta-feira, com links para Facebook e Twitter. Os comentários selecionados
para a edição impressa mantêm a proporcionalidade de aprovações e discordâncias
entre as 962 manifestações recebidas até as 18h de sexta. A questão proposta
aos leitores foi a seguinte: Editorial diz que revolta dos jovens é
oportunidade para o país se tornar mais justo. Você concorda?
O
Brasil enfim parece ter acordado, e graças a nós, jovens, que estamos lutando
por um país mais digno. Mesmo tendo pessoas contra as manifestações, não iremos
desistir até alcançar o nosso objetivo: Brasil contra a corrupção, mais
educação, saúde, segurança e tudo mais que um país precisa para ser um país
rico em igualdade. Dilma e governantes em geral, não queremos Copa e sim
respeitooooooooo!!!
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