05
de julho de 2012 | N° 17121
CAPA
Todos a favor de cultura no
Moinhos
Moradores
do bairro se unem no Facebook e lançam campanha para reativar espaço do Cine
Coral
Unidos
pela rede social Facebook, o grupo Amigos do Moinhos de Vento tem feito barulho
para chamar a atenção a uma causa nobre: a cultura. Inconformados com o abandono
do antigo Cine Coral, na Rua 24 de Outubro, os moradores decidiram divulgar uma
campanha para transformar o local em um teatro, opção que falta ao bairro hoje.
– O
movimento existe. Sugerimos que seja transformado em teatro ou em centro
cultural – afirma o escritor Carlos Augusto Bissón, que começou a disseminar a
ideia em seu perfil no Facebook.
Inaugurado
em 1961 como Cine Moinhos de Vento, o Coral só passou a ter esse nome cinco
anos depois. Em 1994, com a expansão de shoppings na cidade, o chamado cinema
de calçada já não era mais rentável aos proprietários e fechou as portas. A área
foi colocada para alugar em 2008 e, um ano mais tarde, foi locada pela empresa
de Joaquim Peroni, que instalou um shopping de fábricas no local.
– Nós
tivemos dificuldades no relacionamento com os condôminos e ações que nos
prejudicaram, como a falta de documentação dos proprietários, e o shopping também
acabou fechando – conta Peroni.
Nos
anos seguintes, o condomínio do prédio residencial que fica acima do Coral vetou
algumas negociações por não achá-las apropriadas para a estrutura.
Falta
investidor para o espaço
De
acordo com a síndica Neusa Maria D’Avila, os condôminos aprovariam a ideia de
construir algo relacionado à identidade cultural do antigo cinema:
– Queremos
um projeto que se encaixe no bairro e na proposta do cinema, de inspirar
cultura, e não uma coisa burlesca. Não temos no bairro um local assim.
O
locatário afirma que também tem interesse em fazer o local funcionar como um
atrativo à população. Peroni diz que investiu muito dinheiro na recuperação do
espaço, reformou banheiros e pintou paredes sem se desviar da arquitetura
original.
Mesmo
com o consenso entre os moradores do bairro, os condôminos e o locatário,
faltaria um investidor para tornar o sonho realidade:
– O
Coral está preparado para receber uma sala de espetáculos. Eu gostaria muito
que isso acontecesse. É meu sonho – diz Peroni.
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