27
de novembro de 2012 | N° 17266
PAULO
SANT’ANA
Saudade da
natação
Na
adolescência, quando eram limpos os meus pulmões, fui excelente nadador e
mergulhador. Era capaz de nadar, debaixo d’água, por 120 metros. E mergulhava
durante três minutos. Em Tapes, eu atravessava a lagoa nadando.
Mas
isso era no tempo em que meus brônquios e alvéolos eram imaculados. Depois que
comecei a fumar, a minha resistência pulmonar foi para as cucuias.
Não
sei qual o motivo, mas as maiores distâncias que percorria nadando eram de
costas. Não sei se dá para dizer, mas eu ia muito longe nadando, por assim
dizer, na forma cachorrinho de costas. Sentia-me muito mais à vontade assim.
Dizem
os especialistas em cultura física que o esporte mais completo para exercitar o
corpo humano é a natação. É fácil perceber a causa: todos os músculos e ossos
do corpo são movimentados na natação, e os pulmões também passam a ser muito
exigidos na travessia das águas.
Basta
ver nos nadadores olímpicos a beleza e a estética ímpar de seus corpos.
Acho
que a natação foi escolhida como o esporte mais completo para o aprimoramento
do corpo humano porque no remo, por exemplo, os pés e as pernas são muito menos
acionados. Não há dúvida de que para o exercício dos braços o remo é mais
completo que a natação. Mas me ocorre que outro grande exercício para os braços
é o corte de lenha ou grandes troncos com machado.
Mas
a cabeça e as pernas no remo ficam quase imóveis, e na natação todo o conjunto
corporal é chamado a intervir nas movimentações.
Para
exercitar as pernas, acho que não há nada melhor do que a bicicleta, que parece
que também serve para o exercício dos músculos da barriga.
Entre
os exercícios clássicos, são muito bem aconselhados a corrida e a caminhada.
Lembro-me
de que quando viajei várias vezes à Europa e Estados Unidos com a Rádio Gaúcha,
voltava das viagens completamente emagrecido, fruto das longas caminhadas que
dava pelas cidades visitadas, fazendo compras nas ruas e lojas comerciais. Sem
quase perceber, caminhar permanentemente, durante 30 dias de viagem, foi um
exercício saudável e produtivo.
Talvez
eu esteja escrevendo isso para lamentar que há mais de 30 anos virei sedentário
completo, não caminho, sento-me no banco do carro e percorro todas as
distâncias necessárias: o automóvel é um grande impeditivo das caminhadas e um
aliado precioso para o sedentarismo.
E
agora, tomado pela tontura incapacitante, ainda mais me desincentivo para
caminhar.
E
caminhar é o maior segredo para uma boa saúde.
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