24
de novembro de 2012 | N° 17263
PAULO
SANT’ANA
Ave,
Verissimo!
Fomos todos impactados durante a semana com a notícia
de que o companheiro Luis Fernando Verissimo estava internado em estado
gravíssimo.
Fui
para o barbeiro, e a RBS TV confirmou a notícia. Quando dá na televisão, é
porque a coisa está feia.
Estou
fazendo a barba e não me sai da cabeça o Verissimo em sérios apuros.
Interessante
como a gente fica tomado de afeição por colegas. Essa nossa profissão liga-nos
umbilicalmente aos veículos em que trabalhamos. Parece que criamos uma nova
família.
E na
minha aflição pelo estado do Verissimo é que pude perceber então como prezo a
ele, principalmente prezo-o como cronista, como necessário e imprescindível à
imprensa. Eu também estava chocado porque tinha a impressão de que iria morrer
antes dele, pelo simples fato de que tinha menos saúde que ele.
Felizmente,
com uma certa melhora que o Verissimo teve na UTI, parece que vai acontecer
mesmo o que previ: morrerei antes dele.
O
que mais chama a atenção na personalidade do Verissimo é a sua facilidade em
escrever talentosamente, enquanto para falar ele se revela quase impotente,
difícil arrancar uma frase dos seus lábios.
Pela
tarde, na companhia do governador Tarso Genro, fui ao Hospital Moinhos de
Vento, onde ficamos sabendo dos médicos e da Fernanda, filha do Verissimo, que
ele já reagia melhor ao tratamento de urgência.
Saímos
de lá rezando pelo grande cronista, ele haveria de sair-se bem de mais essa.
Esta
idade de mais de 70 anos é delicada. Os órgãos já estão gastos, qualquer
acidente na saúde causa pânico no paciente.
Assim
é a vida. Quem passa dos 70 entra na faixa perigosa.
E
chamou a atenção a repercussão que a doença do Verissimo teve em todo o país.
De
uns tempos para cá, valorizou-se na sociedade o papel dos jornalistas.
E o
Verissimo é pedra 90 do jornalismo.
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