quinta-feira, 29 de novembro de 2012



29 de novembro de 2012 | N° 17268
EDITORIAIS ZH

Contra o endividamento

Num país em que os cidadãos, de maneira geral, poupam pouco e costumam se endividar além do recomendável, são sempre oportunas iniciativas como a da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, que até o próximo sábado oferece uma oportunidade para quem quer colocar suas contas em dia.

O interesse, no caso, é tanto do comércio, que precisa de consumidores livres da inadimplência para faturar mais, quanto dos próprios endividados, que têm, assim, uma motivação adicional para retomar as compras a crédito. Por isso, é importante que as condições da negociação sejam favoráveis tanto para quem vende quanto para quem compra.

Em países desenvolvidos, nos quais a população tende a poupar mais e usar mais a modalidade de pagamento à vista, pesquisas têm demonstrado que os efeitos do endividamento e da inadimplência vão além da suspensão das compras.

Além de amplificar problemas psicológicos, prejudicando o sono e o humor, o ciclo vicioso de débitos costuma afetar o rendimento no trabalho, devido ao excesso de preocupações que provoca. Daí a importância e a necessidade de ações como a promovida agora, em conjunto com a administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito.

Obviamente, sempre que mais consumidores estão aptos a ir às compras, o comércio vende mais e a atividade econômica, de maneira geral, sai favorecida, com ganhos para todos. Por isso, ações pontuais com o objetivo de reduzir débitos são sempre bem-vindas, independentemente de partirem dos setores público ou privado.

Cada vez mais, porém, é preciso que os brasileiros se disponham a conciliar melhor o cotidiano com os seus próprios orçamentos pessoais. A estabilidade econômica reforçou a necessidade de uma nova cultura financeira, impondo transformações que precisam ser reforçadas particularmente entre as novas gerações, a partir dos bancos escolares.

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