21
de novembro de 2012 | N° 17260
PAULO
SANT’ANA
Minhas idiossincrasias
Pela
primeira vez nos últimos 30 anos, troquei de carro para modelo e marca mais
baratos.
Meu
carro percorria três quilômetros e meio por cada litro de gasolina. O carro que
comprei agora faz seis quilômetros com um litro dentro da cidade.
Fiz
isso por falência múltipla de órgãos financeiros, não suportava gastar uma
fortuna de gasolina com meu ex-carro.
Esse
meu carro novo é menos confortável que o outro, tem menos potência (nem sei
para que preciso disso, se não viajo de carro), o importante é que meu novo
carrinho me leva e traz para o serviço, estou satisfeito.
Minha
atitude é também um protesto contra o preço selvagem da gasolina, injustificável
num país autossuficiente em petróleo. Serve também de protesto contra os cartéis
das empresas distribuidoras de gasolina para os postos e também contra os
postos que se combinam para fixar o preço dos combustíveis.
Meu
novo carrinho é modesto, mas quem não tem cão caça com gato e eu estou
protestando contra os gatos.
E,
se prosseguirem a Petrobras e seus revendedores com essa ganância, trocarei
imediatamente para uma bicicleta.
Gosto
muito de carnes. E prefiro nitidamente as costelas com matambres.
Ocorre
que muitas vezes as costelas e outros tipos de carne são duras, difíceis e incômodas
de comer.
Agora,
no entanto, o engenheiro químico Newton Augusto dos Santos, o popular Macaco,
turfista emérito, ensinou-me um truque que passo para os meus leitores como
dica preciosa: a gente envolve a costela num papel laminado, depois de dar-lhe
um banho com amaciante de carnes marca Maggi. E lança ao forno.
Meus
amigos, as costelas fica parecendo um salmão, de tão macias. Os matambres, que
adoro, desmancham na boca.
É um
milagre. Aproveitem essa dica, é um achado.
Determinei-me
a não ler e-mails que me remetem e que têm mais de 15 linhas.
É uma
questão técnica, eis que prometi a mim mesmo ler todos os e-mails que me enviam.
E, se for ler os que têm mais de 15 linhas, não terei tempo de ler todos.
Tem
gente que me manda e-mails de mais de 80 linhas, alguns até são relatórios de
atividades de suas empresas, tenham dó, isso é um abuso.
Mais
de 15 linhas, não leio. Devem conter assuntos interessantes, mas são inúteis,
eu não leio.
Acontece
que não tenho onde guardar esses calhamaços.
Outra
coisa: recuso-me a receber livros que tenham mais de 400 gramas.
Mandam-me
livros que pesam dois ou mais quilos, relatórios, pesquisas. Enfim, uma
infinidade de volumes de mais de um quilo cada um.
Tem
gente que escreve livros, relatórios, balanços ou tratados dificílimos de serem
lidos e resolve mandar de presente para quem conhece. Ou para quem tem coluna
muito lida.
Não
recebo mais. Nem os toco. É um abuso.
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