01
de maio de 2013 | N° 17419
PAULO
SANT’ANA
Mataram o
Jacuí!
Pela
manhã, todos os dias, há 43 anos, o Rio Grande inteiro professa dois cultos:
toma chimarrão e lê esta coluna, não necessariamente nessa ordem.
Há
uns gaúchos e umas gaúchas que se entregam a um dilema cedinho, todas as
manhãs: se tomam chimarrão ou café, se leem minha coluna ou se vão antes ao
banho.
E
muitos não resistem e leem minha coluna antes e só depois se atiram a todas as
outras tarefas necessárias. Esse é um rito que percorre o Rio Grande há quase
meio século. Per saecula saeculorum.
A
Polícia Federal descobriu e prendeu gente que subornava ou se deixava subornar
para que fossem retiradas criminosamente das margens do Rio Jacuí milhares de
toneladas de areia.
Com
esse butim criminoso, os autores desse atentado contra a natureza levaram a ser
simplesmente desaparecidas sessenta (60) praias do Jacuí. Repito: 60 praias.
Eu
penso exatamente como vou descrever agora: para mim, não há diferença entre as
pessoas que subornam e se deixam subornar para arrancar areia do rio e os três
assaltantes que queimaram em vida até a morte a dentista de São Paulo.
Não
há diferença entre esses predadores e o rapaz que assassinou os seis taxistas
em Livramento e aqui. Todos cometem crimes hediondos, é assim que eu entendo.
E,
entre os que se deixaram subornar e estão presos e outros que podem vir a ser
presos e tomara que o sejam, existem, acreditem, detentores de diploma de curso
superior.
Ou
seja, estudam, empregam-se no serviço público ou são escolhidos para cargos de
confiança com a única finalidade de se corromperem.
Isto
é de matar. São pessoas que estudaram, se formaram e usaram seu diploma para
corromper a natureza. É revoltante e causa um estresse na gente que fica
observando esse esforço da polícia e do Ministério Público para levar esses
bandidos às barras da lei.
Eu
noto o esforço das ONGs e de outros grupos de defesa do meio ambiente para
conscientizar a população de que temos de respeitar a natureza e não agredi-la.
E
esses sacripantas solapam todo esse esforço. E o pior: muitos desses sevandijas
se incrustam no serviço público para levar a efeito essa destruição. Ganham
salários públicos saídos do bolso da população e por fora se corrompem para
devastar exatamente a natureza.
É
demais!
Nenhum comentário:
Postar um comentário