sexta-feira, 31 de maio de 2013


31 de maio de 2013 | N° 17449PÁGINA 10 |
ROSANE DE OLIVEIRA

Antes e depois dos pedágios

De hoje até a eleição, o fim dos pedágios privados será cantado em prosa e verso pelo PT, que capitalizou a rejeição ao modelo adotado no governo de Antônio Britto e transformou sua extinção numa questão de honra.

As imagens que serão produzidas no ato que marcará o fim da praça de Farroupilha, hoje, valem por mil promessas na campanha de 2014. O governador Tarso Genro poderá exibi-las como prova de que cumpriu a promessa feita em 2010, de não prorrogar os pedágios privados. O tempo conspira a seu favor.

Os contratos estão terminando no melhor momento para o governo: nem tão longe da eleição que possam ser esquecidos, nem tão perto que não dê tempo de explorar o fato em todas as plataformas. O desafio de Tarso será garantir a conservação das estradas, para que os eleitores empolgados de hoje não venham a reclamar de buracos, sinalização apagada e capoeira no acostamento.

Com exceção do pedágio de Farroupilha, que será extinto, as demais praças situadas em estradas estaduais vão continuar, administradas pela EGR, com uma ou outra obra cosmética. A arrecadação da estatal com o pedágio em rodovias de pouco movimento e com a tarifa reduzida para R$ 5,20 será insuficiente para fazer duplicações e obras de vulto.

Menos mal que não são essas as estradas que precisam de duplicação. O governo já disse que, se as comunidades quiserem obras, terão de concordar com a cobrança de tarifa maior.

Os trechos que mais preocupam são as federais, que ficarão sem pedágio algum, e as estaduais que dependem exclusivamente do Daer. A buraqueira das rodovias estaduais sem pedágio e a memória do estado em que se encontravam quando foi criado o programa de concessões dão motivo para apreensão. Embora se diga que não falta dinheiro para a conservação das rodovias federais, sabe-se que na prática a situação é diferente.

Em outros Estados, a presidente Dilma Rousseff está tentando transferir a conservação de estradas para o setor privado e não consegue porque as empresas não aceitam assumir a tarefa pelo preço que o governo previu nos editais.

Royalties no caminho

Na sabatina a que será submetido no Senado, o advogado Luís Roberto Barroso, indicado para o Supremo Tribunal Federal, não escapará de responder a perguntas sobre suas ligações com o governador do Rio, Sérgio Cabral. Barroso também poderá ficar numa saia justa se for questionado sobre a divisão dos royalties do petróleo, um tema que será julgado pelo Supremo.

Barroso elaborou, a pedido de Cabral, uma ação direta de inconstitucionalidade contra a lei que modificou a distribuição dos royalties.

No blog, críticas à mudança

No dia 17 de março, Luís Roberto Barroso postou em seu blog uma nota dizendo que elaborou a ação de inconstitucionalidade a pedido de Sérgio Cabral.

O candidato a ministro do Supremo defende a manutenção das regras atuais e diz que “os royalties são devidos aos Estados produtores”.

ALIÁS

Espera-se que hoje, em Caxias, Tarso anuncie um projeto para acabar com a “curva da morte”, na ERS-122, e marque data para a tantas vezes prometida restauração das rodovias da região.

CARGA PESADA PARA O VICE

Pela quantidade de problemas que teve para resolver nas duas semanas de interinidade na prefeitura, o vice-prefeito Sebastião Melo precisaria de uma folga no retorno de José Fortunati dos Estados Unidos. Melo nem pensa nisso, mas foram tantos os abacaxis que teve de descascar, que a caminhada na procissão de Corpus Christi não pesou.

Na primeira semana da viagem de Fortunati, Melo foi surpreendido por uma greve de motoristas e cobradores da Carris, encerrada com o aviso de que cortaria o ponto de quem não voltasse a trabalhar. Coube a ele dar posse ao novo secretário do Meio Ambiente, Claudio Dilda, numa vaga que o PMDB demorou para preencher por falta de opções.

Os últimos dias foram os mais tensos. Enquanto Fortunati circulava por empresas de alta tecnologia no Vale do Silício, Melo acompanhava a crise provocada pela revelação de irregularidades de toda ordem na Procempa.

Na noite de terça para quarta-feira, não dormiu, acompanhando a operação de derrubada das árvores para a continuação da obra de duplicação da Beira-Rio. Graças ao planejamento e ao entrosamento com a Brigada Militar, a operação terminou sem feridos.

Restou ao vice apenas o desgaste físico e político pela derrubada das árvores, que ele defendeu com convicção na ausência do titular.

Desconto no salário dos secretários

O prefeito de Passo Fundo, Luciano Azevedo (PPS), determinou aos seus secretários: quem se ausentar do trabalho terá desconto no salário. Um dos motivos para a medida é o perfil do secretariado, composto por muitos profissionais liberais.

– Alguns precisam se ausentar por conta de viagens, então, determinei que haja esse desconto – resume.

PSB namora possíveis dissidentes


Na iminência de deixar o PPS, que será transformado em Mobilização Democrática (MD) após fusão com o PMN, Luciano Azevedo deve migrar para o PSB. Ele negocia a adesão com o deputado Beto Albuquerque, que também é natural de Passo Fundo. Além de Luciano, a MD deve perder todos os prefeitos do PPS e até um terço dos vereadores, a maioria para o PSB.

Nenhum comentário: