14
de maio de 2013 | N° 17432
PAULO
SANT’ANA
Deu no que
deu
Deu
no que deu” é uma expressão muito usada no Brasil.
Entrei
no táxi, pedi ao taxista o meu destino, ele referiu que tinha achado o freio
meio estranho, de vez em quando estava falhando.
Deu
no que deu. O táxi bateu no carro da frente, senti susto e dor no joelho com o
choque e tive de pegar outro táxi.
Logo
eu, antimatrimonialista fanático, fui me casar duas vezes. Deu no que deu.
Um
comentarista da Rádio Gaúcha, que pinta os cabelos e é muito sovina, insistiu
em tomar dois comprimidos de Viagra que estavam com a validade vencida. E se
dirigiu ao motel.
Deu
no que deu. Contou-me um amigo que sua mulher insistiu que podia transar com
ela naquele período infértil sem camisinha. Ele concordou. E deu no que deu:
tiveram o quinto filho!
Caprichei
durante o ano inteiro de 2012 na minha coluna e ontem foi entregue em
solenidade à noite o Prêmio Top of Mind de Revista Amanhã: deu no que deu, pelo
23º ano consecutivo fui escolhido como o colunista de jornais gaúchos mais
lembrado em pesquisa popular idônea.
Recebi
emocionado o troféu. São 23 anos de supremacia absoluta, tenho de estar
orgulhoso.
Quando
começou no Supremo o julgamento do mensalão, todos diziam: “O Supremo, em toda
a sua história, nunca condenou nenhum político por corrupção”.
E
deu no que não deu: vários políticos foram condenados a cadeia por corrupção. E
aí foi-se ver o que está acontecendo agora: deu o que não deu, isto é, nenhum
dos condenados foi ou irá para a cadeia, a julgar pelo que se vê.
Há
tempos, o Grêmio vem jogando mal, no Gauchão e na Libertadores. Tomara que no
jogo da próxima quinta-feira, contra o Santa Fe, não tenhamos de dizer: “Deu no
que deu”.
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