Dilma 'invade' cabine do piloto e vira
'corneteira' dos voos oficiais
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- NATUZA NERY DE BRASÍLIA
A
presidente Dilma Rousseff não tolera turbulências --nem as corriqueiras agitações
da política nacional nem as literais: ela detesta quando o avião presidencial
sacode em pleno ar.
Foi
pelo medo do balanço que se habituou a verificar, pessoalmente, o plano de voo
antes de decolar, tal qual um controlador de tráfego aéreo.
Ela
estuda com diligência cartas meteorológicas e fez questão de aprender a ler os
enigmáticos dados do painel da cabine do piloto, recinto em que, aliás, já é habitué.
Não
raro, Dilma exibe, a 39 mil pés, seu estilo de chefia tão conhecido em terra.
"Joseli,
por que o avião está sacudindo?"; "Joseli, que curva é essa?"; "Joseli,
eu não quero ir mais rápido se for para passar por turbulência".
O
requisitado é Joseli Parente Camelo --tenente-brigadeiro do Ar e autoridade máxima
nas rotas oficiais desde os tempos em que a Presidência era ocupada por Luiz Inácio
Lula da Silva.
Dilma
costuma acionar o militar de quatro estrelas por um botão ao lado de sua
poltrona. Quando o Airbus sacode, é fatal: a campainha toca. E, dependendo da
trepidação, toca com muito vigor.
Certo
dia, ela viajava de Brasília a Porto Alegre quando um detalhe curioso chamou a
atenção de uma assessora. No lugar de uma linha reta, o gráfico que descrevia a
trajetória da aeronave mostrava um zigue-zague. Motivo: a presidente insistiu
para que Joseli fugisse do agito.
Os
deslocamentos aéreos da presidente Dilma costumam demorar mais do que os voos
comerciais.
Nas
companhias privadas, as nuvens densas não são uma barreira. Afinal, sacudir em
grandes altitudes é ruim porque incomoda, mas não por ser inseguro. Além disso,
seguir em linha reta é mais rápido e mais barato. Certa vez, o desvio foi tão
grande que a aeronave fez a "curva" em Mato Grosso antes de
aterrissar em Brasília.
Acostumado
com as exigências da passageira, até o brigadeiro Joseli, como é conhecido,
chegou a brincar: "Veja aqui, presidente, por onde a senhora quer ir"
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