28
de maio de 2013 | N° 17446
PAULO
SANT’ANA
Estupro em criança
Pois
me veio parar nas mãos uma história escabrosa que acabou revelando uma confusão
no atendimento policial.
Quem
me contou foi o leitor Josue Menezes (josuemenezes@pop.com.br), que é casado
com uma mulher que é sobrinha de um personagem central da história, a mãe de
uma menina abusada sexualmente por um adulto.
A
narrativa é cheia de enganos e omissões, mas, no que se refere à confusão
policial que se estabeleceu, é elucidativa.
Pois
bem, uma senhora é casada pela segunda vez com um homem de 25 anos e mora com
uma filha menor, de sete anos de idade, fruto do primeiro casamento.
Essa
senhora, moradora do Partenon, aqui na Capital, acordou-se alta hora da noite e
viu que seu marido não estava na cama. Foi até o quarto da filha de sete anos
de idade e seu marido estava completamente nu em cima da criança, na cama.
Isso
se deu no último dia 21 deste mês de maio.
A
senhora, indignada, foi até a cozinha e trouxe uma faca pontiaguda e tentou
matar o marido, que fugiu às pressas, vestindo-se durante a fuga.
Narrativa
espetacular e um flagrante macabro do nosso cotidiano.
Então,
a senhora pegou a filha e levou-a até a 15ª Delegacia de Polícia, o órgão
policial mais próximo de sua casa.
Na
delegacia, o narrador conta que um delegado atendeu aos queixosos muito mal. Não
deveria ser delegado, mas as partes, quando são atendidas numa delegacia, creem
que é sempre por um delegado.
Pois
bem, o policial disse que não era lá o órgão competente, mas a senhora
argumentou que não queria saber qual era o órgão competente, a delegacia era a
mais próxima da sua casa e ela queria o registro da ocorrência.
Diante
da reação absolutamente adequada da queixosa, o policial registrou a ocorrência
e encaminhou a senhora e sua filha abusada para o Departamento Médico Legal.
Notem
só como as vítimas sofrem tanto pelos atentados quanto pelo trâmite policial que
se segue.
No
DML, foi informada a mãe da vítima, nessa altura com a filhinha a tiracolo no
seu calvário noturno, que lá não podia ser atendida e examinada sua filha
porque não havia naquele instante uma psicóloga para o atendimento.
Exame
de conjunção carnal nem notícia, não havia psicóloga.
Então,
a mãe e a menina foram encaminhadas ao Hospital Presidente Vargas, que ao que
parece mantém um convênio com a Polícia Civil para atender casos de abusos
sexuais sobre menores.
Só que
no hospital foi dito à senhora que o atendimento desses casos só pode ser feito
pelo dia.
A
menina mais uma vez restou não atendida.
Eu
estou fazendo aqui um apelo ao chefe da Polícia Civil e ao secretário da
Segurança Pública: pelo amor de Deus, resolvam para sempre esta confusão burocrática.
Ninguém
sabe o órgão que atende, ninguém atende e as vítimas passam a ser vítimas pela
segunda vez, da desorganização policial.
Ora,
órgão policial não tem psicóloga. Ora, hospital que exerce erradamente tarefa
policial não atende durante a noite. Uma mixórdia.
E as
vítimas? E a população? Onde ficam?
Resolvam
essa vergonhosa confusão e vazio injustificáveis.
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