sábado, 18 de maio de 2013



19 de maio de 2013 | N° 17437
PAULO SANT’ANA

Verdades ocultas

Como já vimos, mais forte não é aquele que domina os outros, e sim o que domina a si mesmo.

E mais sábio não é aquele que mais aproveitou os livros, e sim o que consegue aprender com cada pessoa que encontra.

Assim como o mais rico não é o que mais amealhou, e sim aquele que se contenta com o que tem, mesmo que seja pouco.

E também o mais pobre não é o que menos possui, mas aquele que quando consegue juntar algum eventual dinheiro não sabe como gastá-lo.

E também o mais feliz não é o mais eufórico, mas o que vive pacatamente em paz.

Assim como o mais crente não é o que sempre vive invocando o nome de Deus, e sim o justo que segue só o caminho do bem.

E a mulher mais sensual não é aquela que mais atrai a cobiça dos homens nos ambientes frívolos, e sim aquela que eletriza seu único parceiro na intimidade da alcova.

Bem assim como o mais honesto não é o que não se corrompe pelo medo de ser descoberto, e sim aquele que pratica a honestidade apenas para ser digno com seus princípios.

E também o melhor amigo não é aquele que está sempre a nosso lado, e sim o que nos socorre sempre que eventualmente necessitarmos.

E igualmente se sabe que a melhor bebida de álcool não é aquela mais saborosa, e sim a que não nos aflige no dia seguinte.

Desta forma, a maior poupança não é aquela que depositamos sempre, mas aquela que foi depositada somente depois de satisfeitas todas as necessidades.

O melhor ferro não é aquele mais maciço, e sim o que custa mais a enferrujar.

O maior prazer não é, pois, aquele mais demorado, e sim aquele que embora dure menos é mais intenso enquanto dura.

E garanto que o melhor esmoler não é aquele que de vez em quando dá a maior esmola, e sim aquele que dá pequenas esmolas todos os dias.

E por que será que, erradamente, ao conselho que nos indica o caminho certo sempre preferimos o que nos indica o rumo que já estávamos prontos a seguir?

E, sempre que ouço a condenação da “punhalada pelas costas”, fico a cismar se a dor e o dano não são os mesmos quando a punhalada é desferida pela frente.

E já repararam que o pior chato não é o insistente que nos chateia sempre, e sim aquele que nos chateia somente quando estávamos alegres?

E também observo que, para chegarmos à extrema alegria de termos emagrecido, era necessário tivéssemos antes engordado.

E que o pior elogio que podemos fazer a uma mulher é que ela agora está gorda porém ainda bonita.

E a pior coisa para uma mulher é ela se esforçar arduamente com regimes para emagrecer durante mais de um ano e, depois de conseguir ficar delgada, vem alguém e lhe diz que ela gordinha parecia ser mais bonita.

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