19 de maio de 2013 | N°
17437
PAULO SANT’ANA
Verdades ocultas
Como já vimos, mais forte não é
aquele que domina os outros, e sim o que domina a si mesmo.
E mais sábio não é aquele que
mais aproveitou os livros, e sim o que consegue aprender com cada pessoa que
encontra.
Assim como o mais rico não é o
que mais amealhou, e sim aquele que se contenta com o que tem, mesmo que seja
pouco.
E também o mais pobre não é o que
menos possui, mas aquele que quando consegue juntar algum eventual dinheiro não
sabe como gastá-lo.
E também o mais feliz não é o
mais eufórico, mas o que vive pacatamente em paz.
Assim como o mais crente não é o
que sempre vive invocando o nome de Deus, e sim o justo que segue só o caminho
do bem.
E a mulher mais sensual não é
aquela que mais atrai a cobiça dos homens nos ambientes frívolos, e sim aquela
que eletriza seu único parceiro na intimidade da alcova.
Bem assim como o mais honesto não
é o que não se corrompe pelo medo de ser descoberto, e sim aquele que pratica a
honestidade apenas para ser digno com seus princípios.
E também o melhor amigo não é
aquele que está sempre a nosso lado, e sim o que nos socorre sempre que
eventualmente necessitarmos.
E igualmente se sabe que a melhor
bebida de álcool não é aquela mais saborosa, e sim a que não nos aflige no dia
seguinte.
Desta forma, a maior poupança não
é aquela que depositamos sempre, mas aquela que foi depositada somente depois
de satisfeitas todas as necessidades.
O melhor ferro não é aquele mais
maciço, e sim o que custa mais a enferrujar.
O maior prazer não é, pois,
aquele mais demorado, e sim aquele que embora dure menos é mais intenso
enquanto dura.
E garanto que o melhor esmoler
não é aquele que de vez em quando dá a maior esmola, e sim aquele que dá
pequenas esmolas todos os dias.
E por que será que, erradamente,
ao conselho que nos indica o caminho certo sempre preferimos o que nos indica o
rumo que já estávamos prontos a seguir?
E, sempre que ouço a condenação
da “punhalada pelas costas”, fico a cismar se a dor e o dano não são os mesmos
quando a punhalada é desferida pela frente.
E já repararam que o pior chato
não é o insistente que nos chateia sempre, e sim aquele que nos chateia somente
quando estávamos alegres?
E também observo que, para
chegarmos à extrema alegria de termos emagrecido, era necessário tivéssemos
antes engordado.
E que o pior elogio que podemos
fazer a uma mulher é que ela agora está gorda porém ainda bonita.
E a pior coisa para uma mulher é
ela se esforçar arduamente com regimes para emagrecer durante mais de um ano e,
depois de conseguir ficar delgada, vem alguém e lhe diz que ela gordinha
parecia ser mais bonita.
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