22
de maio de 2013 | N° 17440
LEITE
MAIS CARO
Alta no campo chegará à
cidade
Indústria
concorda em elevar preço do litro pago ao produtor em 6,21% e Agas projeta alta
de 10% no varejo até fim de junho
Na
esteira da fraude do leite, o preço pago pelo litro ao produtor teve alta de
6,21% no valor de referência projetado para maio, na comparação com abril,
chegando a R$ 0,7957. E deverá ter impacto para o consumidor, com aumento de
10% nos supermercados.
O
valor de referência ao produtor foi definido ontem em reunião do Conselho
Estadual do Leite (Conseleite), na Capital. Segundo participantes do encontro,
a principal razão para o aumento foi a queda na produção, em razão de problemas
nas pastagens. O escândalo do leite também teria influenciado para a alta.
–
Algumas empresas tiveram o nome exposto com a fraude. Em razão disso, o consumo
cai, mas, na média geral, teve muito pouca alteração – afirma o presidente da
Federação das Cooperativas Agropecuárias (Fecoagro), Rui Polidoro. Segundo o
presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo,
tradicionalmente, os reajustes são esperados em maio e junho. A entidade estima
que o preço do leite ao consumidor suba 10% até o final do próximo mês.
Na
semana seguinte à Operação Leite Compen$ado, do Ministério Público Estadual,
levantamento de Zero Hora constatou que o litro do longa vida havia subido 4%
em Porto Alegre. Martha Guazzelli, uma das conselheiras da Federação da
Agricultura do Estado (Farsul), garante que não há relação entre o esquema de
adulteração de leite e o pedido de reajuste pelos produtores. A dirigente diz
que houve transferência do leite cru para outras marcas, o que não comprometeu
a relação entre oferta e demanda.
–
Esse aumento já era esperado, pois no período de entressafra a produção é menor
e permanece a mesma demanda – afirma Martha.
Entretanto,
no ano anterior, houve redução do valor pago ao produtor, mesmo com problemas
climáticos no campo. O encontro do Conseleite ocorre uma vez por mês e reúne
representantes da indústria e dos produtores para definição dos preços de
referência. Em geral, a decisão é acatada automaticamente pela indústria, mas
pode ser negociada conforme o relacionamento com o produtor.
erik.farina@zerohora.com.br
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