13
de maio de 2013 | N° 17431
PAULO
SANT’ANA
Vida e morte
É a
tal coisa, os homens e mulheres se metem na encrenca da vida.
Primeiro,
na infância e adolescência, preparam-se para viver, estudam, trabalham,
especializam-se etc.
E,
mais tarde, os humanos têm de preparar-se, chegada a velhice – que é própria não
só da natureza humana, mas de todas as naturezas, inclusive a vegetal –, têm os
homens de preparar-se para morrer.
Não
se trata só de fazer seguro-funeral, mas têm de cuidar também do destino de sua
alma. Por exemplo, será que estão preparados para o Juízo Final ou qualquer
outro trâmite da morte?
Por
evidência comprovada acima, os humanos devem se preparar, estranho paradoxo,
para viver e para morrer.
Por
esse raciocínio, uma pessoa pode ter-se saído bem na vida e se dar mal na
espera da morte.
Mas
cogito de que deve haver casos em que a pessoa humana foi malsucedida na vida e
encara, no entanto, a morte com serenidade.
E
também me ocorre que nenhum de nós pediu para viver, enquanto há muitos que estão
pedindo para por isso mesmo morrer.
Se
vale a minha particular experiência, deponho que, sob certo aspecto, me preparei
para a vida, mas ainda não estou preparado para a morte.
Ah,
a morte, esta carnívora assanhada que sempre vem acertar contas conosco, não
deixou de vir nenhuma vez!
Que
coisa o nosso destino! Além de prestarmos contas à vida, temos de prestar
contas à morte.
Recebo
muitos e-mails de deficientes auditivos, visuais ou paraplégicos e afins. Eles
reclamam de que precisam trabalhar, muitos deles são úteis e produtivos. No
entanto, seus pleitos colidem com os rochedos rudes dos setores de admissão de
recursos humanos nas empresas procuradas.
Pô,
pessoal das empresas privadas! Tenham dó dessa gente, que só está querendo
trabalhar e topam com a insensibilidade de alguns dos senhores.
Eu não
sei como é que corações humanos são assim despidos de qualquer compaixão ou
solidariedade.
Os
deficientes físicos são gente, são humanos. E merecem até mais consideração que
as pessoas normais e comuns.
O
treinador Vanderlei Luxemburgo deu uma entrevista em que disse que o zagueiro
Cris tem de ter nova oportunidade no time, não pode ser execrado pela opinião pública.
Luxemburgo
acrescentou com justeza que não se pode de repente interromper a carreira de uma
pessoa humana e profissional.
Temos
então que Cris tem a confiança do treinador e a desconfiança minha e da torcida.
Pois,
sim, resta-nos então torcer por Cris e pelo Grêmio.
Oremos.
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