12
de maio de 2013 | N° 17430
CAPA
Presença de
amor
Donna
revela histórias de quem dedica a vida a ajudar as mulheres no momento mais
intenso e marcante de suas vidas: a hora de tornar-se mãe
Enquanto
o bebê não chega, elas aconselham, orientam, zelam. Espreitam por entre as
ansiedades das quase mães, aguardando o momento de estender a mão carinhosa na
direção das suas dores. Quando é hora, acompanham, ajudam, defendem. Acolhem a
nova vida e anunciam uma vida nova para o pai e a mãe que acabaram de receber o
pequeno presente. Elas não são mães, madrinhas, irmãs, amigas. Não são
enfermeiras, parteiras, médicas. São doulas.
Profissão
que ganha cada vez mais adeptos no Brasil, a doula de parto era figura
desconhecida até pouco tempo atrás. Depois que celebridades passaram a divulgar
os benefícios do parto humanizado, com menos medicamentos, hospitalizações e,
principalmente, cesáreas, a figura da doula passou a ser mais popular. Gisele
Bündchen, que fez o parto dos dois filhos em casa, foi acompanhada por uma
doula e virou uma espécie de porta-voz desse estilo de nascimento, escolhido
por cada vez mais famílias.
O
ofício que antigamente era praticado pelas matriarcas das famílias, irmãs e
tias, ganhou a ajuda de cursos de formação para se disseminar. Uma das estrelas
desse mercado no mundo é a brasileira Ana Paula Markel, que há anos trabalha
como doula e instrutora nos Estados Unidos – país em que esta figura é
requisitada há muito mais tempo.
O
Bini Birth, estúdio onde Ana Paula ministra seus cursos e workshops, fica no
bairro de North Hollywood, em Los Angeles, e já recebeu personalidades como
Penélope Cruz, Alanis Morissette, Christina Applegate e as modelos brasileiras
Michelle e Camila Alves – além de uma infinidade de outras mulheres que a
contratam para que acompanhe seus partos ou que buscam nela o conhecimento para
seguir essa profissão.
Algumas
vezes por ano, Ana Paula vem a São Paulo ministrar cursos para novas doulas,
mais concorridos a cada edição. Por aqui, não há notícia de “doulos”, mas em
outros países já há homens praticando esse ofício. Poucos, mas há.
Hoje,
a atividade já é lucrativa, inclusive no Brasil. Uma doula experiente tem
clientela de sobra e pode cobrar o que considerar justo – o assunto preço é,
normalmente, tratado com discrição por aqui, mas nos Estados Unidos o serviço
pode variar de US$ 700 a US$ 3 mil.
Dinheiro,
no entanto, parece ser a menor das motivações das doulas com quem a reportagem
de Donna conversou. Ajudar mulheres a terem um parto menos traumático, mais
humano, tranquilo e que respeite suas vontades, além de auxiliar a família na
lida com o bebê, é o que realmente encanta quem escolhe este caminho. Para
todas elas, é mais do que uma profissão, mais do que uma escolha. Ser doula é
um ato de amor.
patricia.lima@zerohora.com.br
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