26
de março de 2013 | N° 17383
MÚSICA
Beethoven em versão romântica
Ospa
inaugura série oficial com concerto em homenagem ao compositor alemão
Hoje
são lembrados os 186 anos da morte de Beethoven (1770 – 1827), cuja obra marcou
a transição entre os períodos clássico e romântico. O primeiro concerto da série
oficial da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) – às 20h30min, no Theatro
São Pedro – homenageia o compositor alemão com um programa exclusivamente
dedicado a ele.
Serão
executadas a Abertura Leonora nº 3, o Concerto para Piano nº 4 e a Sinfonia nº 3,
conhecida como Eroica (“Heroica”). O pianista Aleyson Scopel será o solista. A
regência será do maestro argentino radicado em Barcelona Enrique Ricci, que
conduziu a Ospa, em outubro de 2012, na versão em concerto da ópera Cavalleria
Rusticana, de Mascagni.
Considerada
um marco inicial do segundo período da obra de Beethoven, a Sinfonia nº 3 foi
apresentada, pela primeira vez, em 1804. Embora a segunda sinfonia tivesse sido
completada apenas um ano antes desta, uma distância separa ambas.
A
Eroica expandiu os limites do formato: foi a primeira vez em que o compositor
utilizou três trompas, em vez de duas. Como forma de homenagear a grandeza de
espírito, Beethoven havia cunhado o subtítulo Bonaparte. Quando Napoleão se
coroou imperador, em 1804, no entanto, o compositor se decepcionou e retirou a
dedicatória.
– Nas
duas primeiras sinfonias que compôs, Beethoven ainda tinha influência dos
modelos clássicos de Mozart e Haydn. Na terceira sinfonia, ele faz algumas
experiências. O formato é absolutamente clássico, mas com um conceito liberado,
com forte carga romântica – explica Ricci.
Também
da fase romântica é o Concerto para Piano nº 4, considerado tecnicamente
complexo para o solista. O maestro observa:
– Os
pianistas que executam esse quarto concerto não são aqueles que fazem do
instrumento um campo de batalha, mas aqueles que trazem uma mensagem muito
sutil, fina.
A
Abertura Leonora nº 3 foi originalmente composta para a ópera Fidelio – que a
Ospa apresentará em agosto, em formato de concerto. O resultado foi tão grandioso
que Beethoven preferiu substituir por outra de menor envergadura, com medo de
que ofuscasse a ópera. Desde então, a Abertura Leonora nº 3 se tornou uma peça
para ser executada à parte.
fabio.pri@zerohora.com.br
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