11
de março de 2013 | N° 17368
PAULO
SANT’ANA
A castidade
Santo
Agostinho, um dos pais da doutrina católica, disse uma vez, certamente quando
ainda era jovem, embora já fosse santo, o seguinte, fazendo uma prece a Deus:
“Senhor, dai-me castidade e moderação, mas não por enquanto”.
Pois
o Senhor, que sempre faz o que pode, deu-me castidade e moderação agora, aos 73
anos.
Nunca
é tarde. Olho para as mulheres hoje sem nenhuma ambição, tendo a certeza de que
nunca mais poderei desfrutá-las.
É
verdade que meu passado intenso de traquinagens, quando hoje fito as mulheres
bonitas, volta-me à mente. Mas eu, sem nenhuma disposição, em face de minhas
atuais limitações erógenas.
Deus
sabe o que faz, Santo Agostinho pedia a Deus para ser virtuoso só depois de
velho.
Isso
por ser impossível a um jovem ser virtuoso. Aliás, foi exatamente por isso que
São Francisco de Assis foi mais importante para a Igreja Católica do que Santo
Agostinho.
Meu
pai me registrou como Francisco Paulo Sant’Ana, ele próprio me disse, porque
era muito católico e entendia que São Paulo e São Francisco eram os dois
maiores santos da Igreja Católica.
E
São Francisco foi mais significante para a Igreja porque conseguiu ser
virtuoso, casto e resignado desde a juventude.
Santo
Agostinho rogava a Deus para ser casto só depois de velho.
Era
esperto esse Santo Agostinho. Ao
mesmo tempo, cabe uma reflexão: será que era lícito a Deus exigir que Santo
Agostinho fosse casto em sua plena virilidade?
Tanto
não era, que o grande Agostinho se dignou pedir ao Senhor que permitisse que
ele desse curso à sua virilidade. Por enquanto, como orava Santo Agostinho,
quando ainda jovem.
Por
falar em santos, ocorre-me o que aconteceu com São Pedro, o apóstolo de Cristo.
Encarcerado
pelos romanos, em Roma, foi condenado à morte.
Interessante
é que São Pedro teve tempo, em sua peregrinação, para ir da Palestina até Roma,
milhares de quilômetros de distância. E,
como pregava o cristianismo, foi condenado à crucificação pelos romanos.
Os
romanos intentaram a crucificação por considerarem-na o maior suplício que
poderiam impor a um vivente. Então,
Pedro, condenado, fez um último pedido aos seus carrascos: que eles o
crucificassem de cabeça para baixo.
O
último pedido de Pedro foi atendido pelos romanos. E
Pedro assim quis porque, em sua fidelidade a Cristo, queria sofrer mais que o
Nazareno na cruz, de cabeça para baixo.
Podia
existir maior exemplo de amor a Cristo? Pois queria sofrer mais que ele.
Isso
tudo é verdade, isso tudo aconteceu, tanto que estive em Roma e lá existem dois
locais – ou um – em que se pode ver até hoje os cubículos em que estiveram encarcerados
São Pedro e São Paulo. Se não me engano, quando Pedro e Paulo foram
crucificados, o imperador era Nero.
Por
sinal, a crucificação é algo extremamente supliciante. Tanto que a palavra
cruciante, que quer dizer torturante, deriva exatamente de cruz.
E,
até hoje, quando uma pessoa sofre muito na vida por algum motivo, diz-se que
“carrega a sua cruz”.
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