01 de outubro de 2012 |
N° 17209
KLEDIR RAMIL
Campanha eleitoral
As campanhas eleitorais têm
muitas histórias folclóricas. No entusiasmo dos palanques, alguns candidatos
perdem o bom senso, usam frases de efeito, prometem até a lua e, muitas vezes,
dizem um monte de besteiras.
Ponta Grossa, PR. Uma longa fila
de autoridades desfilava pelo palco. Deputado estadual, candidato a reeleição,
pegou o microfone e, com uma voz rouca, gritou: “O povo está cansado de tanto
político macarrão!”. Ficou um silêncio, pois ninguém entendeu onde ele queria
chegar. Resolveu então explicar a analogia: “Político macarrão! No começo, são
duros, cheios de princípios. Depois, quando entram na panelinha, começam a
amolecer”.
Tem a história daquele senhor
idoso de uma cidade do interior do RS, lançado candidato a senador. Era uma
figura querida por todos, e resolveram fazer um evento para promover a
candidatura. No dia da festa, recebeu uma lista das pessoas importantes que
estavam presentes e resolveu saudá-los, um a um: “Saúdo fulano de tal, meu
querido amigo. Obrigado ao beltrano, pela presença ilustre...”. E por aí foi,
naquela lenga-lenga quilométrica até chegar ao nome de um tradicional político
de outro partido: “Sr fulano, meu querido eleitor...”.
Um assessor puxou-o pela manga do
casaco e cochichou: “Doutor, esse aí é adversário”. Como já não escutava muito
bem, pegou a deixa e arrematou na hora: “E ainda por cima está de aniversário!
Eu convido a todos para cantarmos o parabéns a você!”. E puxou o coro.
Famoso político paulista, já meio
velho e cansado, não aguentava mais a estressante rotina de viagens de uma
campanha eleitoral. Depois de vários dias na estrada, num fim de noite, foi
carregado para mais um palanque. Subiu de má vontade e foi direto ao microfone:
“Meus queridos amigos de São Carlos...”.
O prefeito cochichou no seu
ouvido: “Aqui, não é São Carlos, é São Caetano”. Já de saco cheio, o velho
resmungou: “Ah! É tudo a mesma merda!”. Só que o microfone estava aberto, e o
comentário soou em alto volume pela praça lotada. Conclusão: não levou nenhum
voto no município e teve de sair sob escolta policial.
Interior do Ceará. Candidata à
vereadora, discursando entusiasmada em praça pública, soltou o chavão: “O voto
é um instrumento da democracia, não pode ser vendido”. A plateia veio abaixo
com uma salva de palmas. Empolgada com os aplausos, ficou ainda mais inflamada
e arrematou: “O voto é que nem sexo. A gente só dá pra quem a gente quer!!!”.
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