03 de outubro de 2012 |
N° 17211
PAULO SANT’ANA
Um livro de peso
David Coimbra deu-me de presente,
em primeira mão, este livro que ele está lançando.
Ele disse que este livro já está
nas livrarias. E eu respondi no Sala de Redação que o maior orgulho do David
Coimbra é que os seus livros permanecem sempre nas livrarias.
Comecei a ler este livro aos
picotaços ontem, enquanto estava no bar. O David não gostou disso e me impôs
que tenho de ler este livro desde o começo até o fim. Eu respondi a ele que
este livro vou ler como o fazem todos os leitores de Zero Hora com nosso
jornal: de trás para a frente.
David não gostou.
Tenho inveja do David Coimbra,
este já é o quinquagésimo livro que ele lança. Eu só lancei três livros, assim
mesmo foram de crônicas já publicadas.
Não tenho estofo para construir
um livro, não sei erguer um esqueleto sobre as ideias de um livro e depois ir
bordando-o com ossos e músculos.
Com o David Coimbra e com tantos
dá-se o avesso. Eles só sabem viver escrevendo livros sobre livros. Tanto eles
tentam, que um dia acertam. Parece ser o caso deste novo livro do David, ele
desta vez acertou na veia. Todos os outros 49 livros que ele escreveu eram
apenas preparação para este.
Este não vai permanecer nas
livrarias.
Era de ver-se o brilho nos olhos
do David Coimbra quando me apresentou seu novo livro. Parecia uma mãe orgulhosa
do seu bebê lustroso e gorducho.
A vida á assim, escritor tem de
escrever livros, jogador tem de fazer gols, parlamentar tem de apresentar
projetos, mulher precisa insistir em conúbios, ajustador tem de ajustar e
ajustar-se, orador tem de funcionar em tribuna, padre tem de rezar missa e
pastor tem de recolher dízimos, o que não impede que ambos façam as duas
coisas.
Cada um na sua. Eu não fui feito
para escrever livros, fui talhado para escrever colunas.
O David Coimbra, que é escritor e
colunista, nasceu para escrever livros.
Perguntei ao David o que ele
achava deste livro em relação aos tantos outros que já escreveu.
Ele me respondeu que este é o seu
mais importante livro. Perguntei por quê. Ele me disse que este livro era um
projeto que ele acalentava há muito tempo: contar a história do mundo.
Vou ler com atenção este livro,
prometo ao David e aos leitores. E vou examinar se o David conseguiu resumir a
história da humanidade, se o David conseguiu com este livro se aproximar do
livro que melhor li sobre o tema, A História da Raça Humana, de Henry Thomas,
terá alcançado um milagre.
Deus conduza o livro do Coimbra
ao sucesso.
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