Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sábado, 26 de abril de 2008
Diogo Mainardi
Caiu na rede é peixe
"Em 2006, o ministro da pesca foi a Limoeiro do Ajuru, no Pará. Ele decidiu transformar o compromisso oficial num ato da campanha eleitoral de Lula. O deputado Carlos Sampaio declarou que nunca viu um caso mais vexatório de uso da máquina pública"
Quem? Altemir Gregolin? Sim, Altemir Gregolin. É o ministro da Pesca. Para enquadrá-lo melhor: é do PT. Para enquadrá-lo melhor ainda: pertence à corrente mais à esquerda do partido, "A Esperança É Vermelha", cuja plataforma é "fazer do Brasil uma democracia digna desse nome".
Em 6 de outubro de 2006, Altemir Gregolin foi a Limoeiro do Ajuru, no Pará. Ele participou de um ato para a entrega de carteiras de pescador aos moradores locais. Fato número 1: era um compromisso oficial, organizado pelo Ministério da Pesca e financiado com dinheiro público.
Fato número 2: o ato ocorreu em plena campanha eleitoral, espremido entre o primeiro e o segundo turnos. Altemir Gregolin, cumprindo a promessa de fazer do Brasil uma democracia digna desse nome, decidiu transformar o compromisso oficial num ato da campanha eleitoral de Lula. Lá pelas tantas, em seu discurso, ele disse o seguinte:
– Eu estou achando que vocês são peitudos. Vocês deram para o presidente Lula 6.495 votos, 54% dos votos daqui vocês deram para o presidente Lula. Eu quero agradecer em nome do presidente. Isso é muito importante, vou levar para o presidente, vou mostrar para o presidente.
Depois conclamou, em meio aos aplausos:
– E ainda vai aumentar mais essa votação no segundo turno, não é verdade?
Verdade. Lula aumentou seus votos no segundo turno. O tempo passou e, como todos os outros abusos cometidos no primeiro mandato, o assunto parecia definitivamente enterrado.
Até que, no último dia 10 de abril, Altemir Gregolin foi à CPI dos Cartões. Vic Pires, deputado do DEM, interrogou-o sobre os fatos de Limoeiro do Ajuru.
O ministro, mais peitudo do que seus pescadores, negou que pudesse ter feito campanha política num ato oficial. A seguir, entrevistado na TV, desafiou Vic Pires a apresentar provas de sua denúncia.
Se é isso que ele quer, eu apresento as provas. O ato público foi todinho filmado. Fiz um pot-pourri dos melhores momentos do DVD e o descarreguei no site de VEJA. Está lá: a chegada do ministro, a entrega das carteiras, o ministro agradecendo em nome de Lula, o ministro pedindo votos para Lula no segundo turno.
Depois de ver as imagens, o deputado Carlos Sampaio o denunciou ao Conselho de Ética e à procuradoria-Geral da República. Declarou também que nunca viu um caso mais vexatório do que esse de uso da máquina pública e de improbidade administrativa.
Lula gosta de pesca e de pescado. Entre seus gastos sigilosos, disponibilizados pelo TCU, há desde o caviar comprado no Mercadinho La Palma até os 30 quilos de bacalhau que fartaram sua ceia de Natal.
Em 7 de abril de 2003, foi feita uma despesa de 1.480 reais para comprar 1 quilo de barbatanas de tubarão, iguaria conhecida por suas propriedades afrodisíacas. A pesca de tubarões para a retirada de suas barbatanas é proibida no Brasil.
A gente sabe, no entanto, que nada é proibido no Brasil lulista, nem a pesca de tubarões, nem o uso de dinheiro público para a pesca de votos.
Para quem já defendeu o impeachment de Lula, como eu, agora só resta defender o indiciamento do ministro da Pesca. É uma perspectiva bem mais mísera. Mas foi o que aconteceu com o país: nossas perspectivas se tornaram bem mais míseras.
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