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sábado, 19 de abril de 2008
Hannah nas alturas
Como a atriz Miley (Destiny) Cyrus, de 15 anos, virou uma pop star e estrela do novíssimo cinema em 3-D
Fábio Barreto, de Los Angeles
FANTASIA
Miley Cyrus no traje da pop star Hannah Montana
Desde 2006, a atriz Destiny Hope Cyrus estrela o seriado Hannah Montana, no Disney Channel. No programa, sua personagem é a estudante interiorana Miley Stewart.
Durante o dia, Miley vai à escola, vê os colegas – enfim, leva o que se chama de “vida normal”. O que ninguém suspeita é que a ingênua e frágil garota tem uma identidade secreta: a pop star Hannah Montana, que só se manifesta em grandes shows de música alto-astral.
Miley prefere o arranjo porque deseja conciliar a vida de estrela com a de garota comum. O sucesso foi tamanho que a atriz Destiny Hope adotou o nome artístico Miley Cyrus e passou a fazer shows pelos Estados Unidos. Em sua última turnê, ela lotou todos os shows.
É o que mostra o filme Hannah Montana & Miley Cyrus: o Melhor de Dois Mundos, reproduzido com efeitos tridimensionais. Miley se tornou uma estrela pop de fato – é a garota-propaganda de uma revolução tecnológica em Hollywood. E só tem 15 anos.
O sucesso do seriado pode ser explicado pela identificação do público com a protagonista Miley. Essa personagem, como os milhões de adolescentes que a acompanham, tem duas interpretações de si mesma.
A primeira, na esfera privada, depende da aprovação de pais e colegas. A segunda, exercitada em público (no caso das garotas, nos sites de relacionamento como o Orkut), é a projeção do que gostariam de ser.
Os conflitos entre as duas auto-imagens dão fôlego à trama de Hannah, e encantam as garotas. Além da identificação do público-alvo, Hannah é sucesso porque agrada aos pais. De dia, Miley vai à escola, tem amigos e enfrenta os dilemas da adolescência. Ela ajuda os colegas e cultiva amizades sinceras.
O filme/show Hannah Montana & Miley Cyrus: o Melhor de Dois Mundos – que estréia no dia 25 no Brasil – começa com Miley na pele de Hannah, cantando as músicas do seriado.
Em seguida, abre espaço para Miley, a intérprete, com suas composições próprias. Para atrair ainda mais a garotada, a Walt Disney Pictures gravou o espetáculo com tecnologia 3-D (tridimensional). O efeito é de volume e profundidade realistas. As crianças ficam tão imersas no truque que, vez por outra, tentam tocar a estrela.
O filme arrecadou US$ 35 milhões apenas no fim de semana de estréia. Nas 683 salas 3-D dos Estados Unidos, o filme faturou mais que todas as estréias em formato convencional. Esse fato acelerou a assinatura de um acordo que prevê a ampliação dos circuitos americano e canadense para 10 mil salas 3-D nos próximos três anos, com investimento de US$ 700 milhões.
A Disney, que desenvolveu um formato chamado Disney Digital 3-D, planeja relançar os dois filmes Toy Story em 2009 e 2010 atualizados com essa tecnologia. No Brasil, todas as cinco salas 3-D em operação receberão Hannah Montana.
Quatro são da rede Cinemark (duas em São Paulo, uma no Rio de Janeiro e uma em Florianópolis) e uma da rede UCI (no Rio de Janeiro). Dados da Cinemark mostram que cópias em 3-D atraem 30% mais espectadores que os filmes em tradicionais 35 milímetros.
Mesmo assim, a oferta no novo formato ainda é pequena. Os estúdios se empenham em seguir a tendência tridimensional de Hannah Montana. O sucesso de O Melhor dos Dois Mundos encabeça uma série de filmes 3-D em Hollywood. Há 25 projetos em andamento, com estréia prevista até 2012.
Entre eles estão Avatar, de James Cameron, e Tintin, de Steven Spielberg. Foi dada a largada para o comando da primeira onda de sucessos no gênero. A Disney é a favorita. Hannah Montana e seus milhões de fãs armados de óculos esquisitões comprovam.
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