Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
09 de abril de 2008
N° 15566 - Martha Medeiros
Muito barulho por tudo
Tem uns que acabaram de completar 30 anos de idade e já começam a falar coisas como: "no meu tempo" isso, "no meu tempo" aquilo. Imagina então quem está fazendo 40. Ou 50. Ou mais. Está todo mundo em pânico, com medo de envelhecer. O que é um medo mais razoável do que ter medo da morte: essa virá a qualquer hora e crau.
Com sorte, a gente não vai nem perceber o que está acontecendo. Já envelhecer é um processo lento e com muitos dissabores. A perda da energia. A perda do pique. A perda do charme. A perda da saúde física.
Por essas e outras, recomendo a quem ama bossa nova, chorinho, jazz, música clássica, música barroca, música instrumental, pagode, samba e bolero que vá assistir imediatamente ao documentário Rolling Stones - Shine a Light.
Você pode odiar rocknroll, mas se ama a vida e anda sendo rondado pelo fantasma da decrepitude, o filme é um tratamento de choque da melhor qualidade. Você sai do cinema com uma visão renovada da terceira idade.
Mick Jagger fará 65 anos em julho. Keith Richards, 65 em dezembro. O baterista Charlie Watts tem 67, e o caçula Ron Wood, 61. Não dá para dizer que eles possuem uma pele de anjo - seus rostos mais parecem o Grand Canyon.
O brilhante Martin Scorsese (66 anos), que dirigiu Shine a Light com o talento que a gente conhece não é de hoje, simplesmente não teve condescendência alguma com os quatro rapazes da banda: dá pra enxergar até suas cáries.
Mas não é um filme de terror. Assistir por duas horas a Mick Jagger no palco é a prova inconteste de que lá adiante, ou ali adiante (não sei em que idade você se encontra) não há, necessariamente, perda de energia, nem perda de pique, nem perda de charme. Perda nenhuma de charme, aliás.
O homem é um dínamo.
Aparece uma cena de Jagger bem garoto, recém começando a fazer sucesso, com aparência de quem cheirava a leite (mas já com ar de quem cheirava outra coisa). Um jornalista pergunta a ele: "Você se imagina fazendo a mesma coisa aos 60"?
Resposta: "Fácil". Era provocação, mas o fato é que ele chegou a 2008 fazendo exatamente a mesma coisa. Só um pouquinho mais ofegante, mas menos do que muito quarentão que faz meia hora de esteira na academia.
Além de um registro histórico da banda mais longeva e mais importante depois dos Beatles, esse documentário é de tirar o fôlego.
Dá um tapa na cara do nosso cansaço, nos envergonha pela nossa falta de atitude (palavrinha manjada, mas é a que define os Stones, não tem outra), e nos avisa: velhice? Sem essa! Nós também temos um palco: aqui, este. A vida.
Também temos platéia, luz, figurino, a não ser que você tenha optado por virar ermitão. Um resfriado violento pode nos jogar na cama e nos fazer nos sentirmos velhos aos 20 anos, mas se, temos saúde, não há velhice que nos detenha, a não ser que tenhamos, por vontade própria, deixado de usar o cérebro.
Vá assistir ao documentário mesmo gostando apenas de canto gregoriano. É uma injeção de adrenalina. E se você gosta de rock como eu, bom, então nem preciso recomendar nada: você já deve ter ido e está aí, fazendo planos para quando se aposentar aos cem.
Dia Internacional do sofá - Que tenhamos todos uma excelente quarta-feira.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário