Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sexta-feira, 11 de abril de 2008
11 de abril de 2008
N° 15568 José Pedro Goulart
A morte da (minha) menina
Tentei pensar em outro assunto. Tentei. Mas não consegui (aliás, não consigo). O rosto da filha dele me vem a toda hora, o rostinho dela. Uma menininha. Li nos jornais que ouviram ela dizer: "Pára, papai". Ela pediu para parar? Valha-me minha Nossa Senhora, ela pediu para parar? Parar o quê?
Há quem critique a imprensa por estar dando um destaque exagerado ao assassinato da menina Isabela, inclusive vendo excessos naquilo que chamam de "condenação prematura" do pai e da madrasta.
E eu, querendo me agarrar numa lógica que sempre segui, de ver os dois lados, esperar os fatos - como se essa lógica fosse uma bóia - só me afundo num mar profundo de raiva, de dor. Essa bóia não me serve nesse mar.
É que me vem o rosto dela, já sonhei e acordei pensando nele. E fiquei obcecado pela voz também, de tal maneira que me pus em pranto outro dia quando minha filha disse "pára, papai", isso quando eu fazia cócegas nela.
A morte da filha dele pôs a minha bóia, na qual venho me sustentando por uma vida, em xeque. Me surpreendi querendo vingança. Descuidado, pensei em justiça a qualquer preço. Perdi um tanto de civilidade.
A briga, a surra, o desfalecimento. Em seguida, o teatro: o corte da rede, primeiro com uma tesoura, depois com uma faca (depressa, depressa!) e então o arremesso da criança AINDA VIVA. Valha-me, valha-me, valha-me o diabo. De que somos feitos? Quem é que somos? É possível alguma ordem nesse inferno?
Hoje é sexta, me desculpe, hoje é dia de pensar em lazer, de escolher nesse pedaço do jornal algo bom de fazer. Mas eu escrevo de 15 em 15 dias e esse é meu primeiro texto depois que eu soube da morte dela.
Houve um crime terrível. Uma menina foi morta. Não, ela não se chama Isabela. Essa é a filha dele. Houve um "outro" crime terrível. E esse diz respeito a mim. Dentro de mim morreu uma menina que, apesar de eu ter envelhecido, sempre procurei mantê-la assim, uma criança. E essa menina eu chamava de Ilusão.
Meninos não basta querer postar aqui todos os dias. Há que se exercitar uma tonelada de paciência, pois quando o Blogger funciona e está cem por cento a NET não funciona. Então há umconjunto de variáveis que quando tem de dar errado dão e pouco se pode fazer a respeito para não ficar estressado.
Mas vamos adiante.
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