Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
segunda-feira, 7 de abril de 2008
07 de abril de 2008
N° 15564 - Luiz Antonio de Assis Brasil
Palavras (29)
O limite - A razão do limite está na impossibilidade de ser ultrapassado sob pena de constrangimento, da desonra, do cárcere, da morte.
Na infância, havia aquela gravura colorida representando o menino em meio à travessia de uma tosca ponte sobre o abismo. Um anjo muito preocupado segurava sua mão, tentando conduzi-lo em segurança à outra margem. Os limites eram dados pela exígua largura da ponte.
A queda no vazio era a entrega ao pecado.
A gravura ficava na parede junto aos pés da cama, tendo por debaixo a luz de uma lamparina de azeite. Era a última visão antes do sono.
Aquela gravura assombrava as noites do infante. Ele encobria a cabeça com o cobertor recheado de brancas plumas de ganso. Ele rangia os dentes. Assim a noite o colhia.
Assim eram os limites: sepulcrais, sinistros.
Limite horário - A mãe do rapaz lhe estabelecia um horário fatal de retorno à casa: dez da noite. Ela o aguardava, triste, tricotando. O limite, se ultrapassado, desencadeava anátemas e amargura.
Hoje, o adulto, órfão, olha para o relógio e constata, com terror, que são nove e cinqüenta da noite.
A partir das dez instaura-se o reino das sombras.
Ninguém o entende quando ele abandona a festa. Julgam-no, por sorridente benevolência, um excêntrico.
Heróis - Heróis são apenas hologramas históricos daquilo que desejaríamos ser.
Heróis são pessoas a quem a situação-limite, quase sempre inesperada, leva ao ato extremo do qual sairá vitorioso ou morto. Não há dignidade no heroísmo, não há virtude; há apenas temeridade e negligência.
O herói não assume o resultado de suas ações. Eis a sua negligência. Ele, por arrogância, não pensa em limites. Eis a sua temeridade. O herói é uma criança sem as qualidades infantis.
Um livro - Escrever um livro é dar limites - contados em caracteres, parágrafos, páginas, capítulos, capa, sobrecapa, código de barras, ficha catalográfica, ISBN e preço - a uma transcendental aventura da imaginação.
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