20
de abril de 2013 | N° 17408
PAULO
SANT’ANA
Poltronas para
idosos
Contaram-me
ontem uma piada sensacional. Um político famoso recentemente condenado por
improbidade falando: “Saudade eu tenho do tempo em que era rapazote e minha mãe
me dava três cruzeiros para ir ao supermercado e eu trazia um carrinho
abarrotado de compras. Hoje, não trago quase nada, encheram os supermercados de
câmeras por todos os lados”.
Reclamei
aqui nesta coluna que os milhares de clientes do Hospital Moinhos de Vento eram
obrigados a esperar por largo tempo no terceiro subsolo do prédio da Rua Ramiro
Barcelos para receber seus carros de volta.
E
que, entre os milhares que esperam, encontravam-se, como é óbvio num hospital,
idosos, deficientes e doentes.
Pois
não se passaram três dias e a direção hospitalar reservou uma sala com inúmeras
e confortáveis poltronas que encantaram os clientes. Tanto que muitos deles me
mandaram dizer que ficam agradecidos.
Esta
coluna que você está lendo tem o apelido de coluna Bombril: tem mil e uma
utilidades públicas.
Não
sei como o governo avalia o índice de inflação, que vem subindo muito no plano
das pesquisas oficiais, muito mais ainda no nível da realidade.
Os
alimentos estão levando seus preços para a estratosfera, mas são somente os
vilões apontados para a inflação.
Ontem,
falei com um proprietário de uma rede de venda de aparelhos de som e
eletrodomésticos e ele me disse que seus produtos tiveram alta de 15% pelos
fornecedores.
Tudo,
tudo, é reajustado no dobro ou triplo da inflação.
E os
salários permanecem congelados.
Não
sei como a população brasileira suporta esse suplício inflacionário, tudo
mascarado pelos índices oficiais.
Reclamam
da presidenta argentina, Cristina Kirchner, de que ela é grande maquiadora de
índices oficiais.
Só a
Cristina?
O
presidente Barack Obama prometeu aos norte-americanos que o FBI vai achar os
culpados pelas explosões em Boston.
E o
FBI, para honrar a promessa do presidente, desde anteontem está arranjando
suspeitos para encontrar entre eles os que tenham mais verossímil
culpabilidade.
Por
óbvio, os suspeitos que agora estão aparecendo, ou são estrangeiros, ou têm
origem estrangeira e todos são muçulmanos.
A
polícia norte-americana é famosa em todo o mundo: quando ela não acha os
culpados, inventa-os.
Melhor
se dá com a polícia gaúcha: num trabalho espetacular, a Polícia Civil
descobriu, em tempo pode-se dizer recorde, quem foi o autor do sêxtuplo
latrocínio dos taxistas em Livramento e aqui.
Só
não entendi uma coisa na investigação: inicialmente a polícia divulgou que o
calibre das balas encontradas nos corpos dos seis taxistas era o mesmo: 22. Mas
que a arma não era a mesma.
E
agora se afirma que a arma era também a mesma.
Não
sei se já foi publicada a razão dessa discrepância, mas eu ainda não a li nem a
ouvi.
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