16
de abril de 2013 | N° 17404
PAULO
SANT’ANA
Fardado não entra!
Os
meus leitores e leitoras vão ficar embasbacados com o que vão ler a seguir.
Acontece
que foi lida ontem no Correspondente Ipiranga, da Rádio Gaúcha, às 12h50min, a
seguinte e surreal notícia: “O Ministério Público denuncia precariedade no
sistema de prevenção a incêndios de bingos da Capital. Reportagem da RBS TV
verificou irregularidades nas casas clandestinas de jogos, como fiação elétrica
comprometida, extintores vencidos e barras antipânico que não funcionam.
Alguns
dos locais já foram fechados mais de 20 vezes em três anos. Diante da denúncia
do Ministério Público sobre a falta de equipamentos básicos de prevenção, os
bombeiros informaram que a corporação não consegue nem ter acesso a esses
locais, porque os funcionários não permitem a entrada de pessoas fardadas”.
Em
suma, nas casas de bingo e de maquininhas clandestinas, os funcionários não
permitem a entrada de pessoas fardadas, no caso os bombeiros, que assim não
podem fazer as vistorias regulamentares contra incêndios.
Ou
seja, fardados não entram em casas de jogo clandestino. É inacreditável.
Em
primeiro lugar, vou dar uma sugestão aos bombeiros: devem efetuar as vistorias,
nesses estabelecimentos clandestinos e ilegais, vestidos de civis. Não haverá então
problema. Ou seja, para vistoriar casas clandestinas, os bombeiros também têm
de usar truques clandestinos.
Mas
eu tenho outra pergunta: que vão fazer os bombeiros em casas de apostas
clandestinas? Vistorias? Mas como? As casas são clandestinas, ora pombas.
E
outra coisa: eu e qualquer pessoa temos livre ingresso nesses estabelecimentos
clandestinos, é disso que eles vivem, de apostas.
Eu
posso entrar, mas o ministro do Exército, se estiver fardado, não pode entrar,
a notícia é de matar de risos.
E
depois ainda gozam com Portugal os brasileiros...
Mudando
de assunto, a quem pode interessar que se modifique a Constituição e o Ministério
Público seja impedido de investigar?
Claramente,
só interessa a quem possa vir a cometer delitos e não ser investigado pela polícia,
que será ordenada pelo governo que a comanda a não investigar.
Entre
nós, ultimamente, a Polícia Federal andou descobrindo e investigando delitos de
membros do governo, demonstrando, assim, independência dos governos.
Mas
e se os governos vierem a ter sucesso ao ordenar que suas polícias não
investiguem?
A
maior vantagem do Ministério Público é não ser hierarquicamente subalterno de
qualquer governo.
Sendo
assim, o Ministério Público fica liberado para investigar todos, inclusive o
governo.
Já a
polícia não tem essa comodidade, sempre estará atrelada hierarquicamente a
algum governo e pode vir a ser obrigada por ele a não investigar seus membros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário