Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
13 de setembro de 2010 | N° 16457
edição de hojeL. F. VERISSIMO
Dez razões
Dez razões pelas quais o Eike Batista deveria me dar US$ 1 milhão.
1 – Eu sou um cara legal.
2 – Ele não sentiria falta.
3 – Não aguento mais esses fraudulentos substitutos de caviar no mercado. Chegaram ao cúmulo de pintar sagu de preto e vender em potes como se viesse de esturjões do lado errado do Mar Cáspio, o que explicaria o preço baixo. Você só descobre o engodo quando vê que, no rótulo, “Cáspio” está com acento circunflexo.
A doação do Eike me livraria desses métodos inescrupulosos e me permitiria, finalmente, ser fiel ao lema “Caviar: ou Beluga ou nada” que me acompanha desde a infância.
4 – Eu pararia de trabalhar, o que causaria enorme regozijo público, e me dedicaria à leitura de todos os livros que fui guardando para ler depois, começando por O Elefantinho Dudu e chegando, se desse tempo, à Crítica da Razão Pura.
5 – Nós estaríamos colaborando, mesmo que modestamente, para a redistribuição de renda no país.
6 – Eu teria mais, digamos assim, estofo moral para convidar a Luana Piovani para um cruzeiro no Caribe num daqueles navios que têm até metrô para o transporte interno, as piscina têm cascatas e o show principal é do Cirque du Soleil com participação especial do Frank Sinatra, trazido de volta, com grande custo, para mais uma despedida.
Nossos camarotes seriam separados, mas sempre haveria a esperança de que, em caso de furacão, ela batesse freneticamente na minha porta.
7 – Eu abandonaria, definitivamente, todos os meus outros planos para enriquecer depressa, como o de me transformar em médium de animais domésticos. A ideia era oferecer os meus serviços a quem quisesse entrar em contato com cachorros ou gatos falecidos e transmitir suas mensagens do Além, cuidando apenas para latir e miar de forma convincente.
8 – Eu estaria sempre à disposição do Eike para escrever uma biografia elogiosa, melhorando passagens da sua vida e, inclusive, lhe dando outro primeiro nome.
9 – Nós poderíamos estar inaugurando uma prática regular, a de o Eike dar US$ 1 milhão todos os meses. Pra mim.
10 – Eu... Mas o que estou dizendo? É claro que isso nunca vai acontecer. E, mesmo (consolo), US$ 1 milhão não é mais o que era. Não quero.
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