Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
07 de setembro de 2010 | N° 16451
CLÁUDIO MORENO
Homens e mulheres (6)
Dois extremos de mulher – Dizia um filósofo anônimo que há um tipo de mulher que passa a vida assombrada, vendo seus mais secretos temores se concretizarem em tudo aquilo que ela não compreende muito bem.
Se o homem comentar, descansando a xícara no pires, que está pensando em mudar para café descafeinado, ela vai olhá-lo como se o mundo estivesse esboroando e perguntar, já com os olhos toldados por um espelho de lágrimas: “Mas o que foi que eu fiz?”.
Outras, ao contrário, tudo recebem com um grande sorriso beatífico, aconteça o que acontecer. Se você lhes disser, olho no olho, algo direto e objetivo como “Eu vou te deixar”, elas vão responder, com sua suavidade costumeira: “Eu sei, mas eu também te amo”. A longo prazo, este tipo é ainda mais enervante que o primeiro.
O harém usa um gabarito – Em sua viagem pelo Oriente, Engelbert Kaempfer, cientista alemão do séc. 17, conheceu um alto funcionário persa que era encarregado de supervisionar a forma física das mulheres do harém.
Sua delicada tarefa era, de tempos em tempos, medir as dezenas de esposas do rei com uma espécie de cinto-padrão, em cujas dimensões as graciosas criaturas deveriam se enquadrar. As que ficassem aquém ou além das medidas desejadas eram submetidas a um regime de abstinência ou de engorda até voltar aos limites estabelecidos...
Fatema Mernissi, moderna socióloga marroquina – ela própria nascida em um harém – considera ainda mais triste a sorte das mulheres da Europa e das Américas: no Ocidente, diz ela, o homem não precisa trancafiar suas mulheres nem forçá-las a obedecer, porque elas próprias se submetem voluntariamente à imagem tirânica que as atrizes e celebridades – tão vítimas quanto as outras – se encarregam de definir como o ideal do momento.
Feminismo de butique – Wilma Rudolph, a primeira corredora americana a ganhar três medalhas numa única Olimpíada, explica por que não levou a sério o movimento feminista dos anos 70: “Conheci mulheres negras no Tennessee que trabalharam a vida toda, dos doze anos de idade até o dia em que morreram.
Elas nunca deram bola para a retórica do Women’s Lib porque achavam que era um bando de mulheres brancas que estavam cansadas de seu estilo de vida e simplesmente queriam mudá-lo. Aquelas feministas diziam que era inaceitável que os homens abrissem a porta para elas, ou que lhes acendessem o cigarro.
Grande coisa. Neste país, faz alguns séculos que nós abrimos nossas próprias portas e acendemos nossos próprios cigarros. As mulheres negras não perdem seu tempo discutindo essas coisas que não têm a menor importância”.
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