quinta-feira, 9 de setembro de 2010



09 de setembro de 2010 | N° 16453A
CLAUDIA TAJES


Baleias e sereias

Maior que o esforço para desencalhar a baleia de Capão, só mesmo a quantidade de comentários de duplo sentido sobre baleias encalhadas que se ouviu. A aventura não terminou bem, apesar do trabalho incansável do pessoal do resgate e da torcida de todos. Ainda assim, aí vão algumas das histórias que me chegaram. Com todo o respeito, para não perder a piada, nem os amigos.

Uma leitora um pouco acima do peso mandou a própria foto de biquini com a legenda: encalhei há 15 anos e ninguém se mexe para me salvar. Um caxiense pintou a placa que pretende instalar em Curumim: “Baleias e golfinhas, desencalhem aqui”. Uma amiga portuguesa passou um texto de autoria desconhecida, desses que circulam pela internet. Repasso com pequenas alterações por problemas de espaço.

“Neste verão, queres ser sereia ou baleia?” Assim um cartaz com a foto de uma moça espetacular anunciava aulas de ginástica em uma cidade da França.

Consta que uma mulher jovem-madura, cujas características físicas não interessam, respondeu a propaganda como segue abaixo.

“Estimados senhores, as baleias estão sempre rodeadas de golfinhos, leões-marinhos, humanos curiosos. Têm uma vida sexual muito ativa, engravidam e geram baleiazinhas lindas, às quais amamentam.

Enchem a barriga de camarões. Brincam e nadam, sulcando os mares e conhecendo a Patagônia, o mar de Barens e os recifes de coral da Polinésia. Cantam muito bem e até gravam CDs. São queridas, defendidas e admiradas por toda a gente.

As sereias não existem. E, se existissem, fariam fila nos psicanalistas com um grave dilema de personalidade, mulher ou peixe? Não têm vida sexual, porque matam os homens que delas se aproximam. Por isso, também não têm filhos. São bonitas, é verdade, mas solitárias e tristes. Além do mais, quem namoraria uma garota que cheira a bagre?

Para mim está claro, quero ser baleia. Nessa época em que os meios de comunicação martelam a ideia de que apenas as magras são bonitas, prefiro desfrutar de um sorvete com os meus filhos, de um bom jantar com um homem que me encante, de um café e bolos com os meus amigos.

Com o tempo, as mulheres ganham peso porque a informação já não lhes cabe na cabeça, e então se espalha pelo corpo inteiro. A conclusão é que não ficamos gordas, mas tremendamente cultas. A partir de hoje, quando enxergar seu traseiro no espelho, relaxe e pense: Meu Deus, que inteligente eu sou.”]

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