18 de setembro de 2010 | N° 16462
PAULO SANT’ANA
A cigana leu meu destino
Leio agora estarrecido que o deputado estadual Giovani Cherini (PDT) foi alvo de noticiário nacional por ter declarado que, daqui a cinco anos, não será mais necessário usar o telefone celular para a comunicação entre duas pessoas: a comunicação será feita por telepatia.
Cherini deu esta declaração depois de comparecer a um curso midiaticamente chamado de Avatar, onde aperfeiçoou a técnica da transmutação da consciência.
Longe de mim chamar o deputado Cherini de plagiário ou imitador. Mas é que há anos escrevi nesta coluna que em futuro bem próximo o homem poderá dispensar o celular e comunicar-se com os outros cérebro a cérebro (telepatia), sem precisar do auxílio da radiação eletromagnética dos celulares.
E mais escrevi há anos aqui nesta coluna, naquela ocasião, deputado: que comigo, quando a gente se comunicar cérebro a cérebro, sem uso de fios ou de ondas, vai ser muito difícil a comunicação, pois meu cérebro está sempre ocupado.
Não é a primeira vez nem vai ser a última que esta coluna se antecipa aos fatos, aos acontecimentos, inclusive os científicos.
Só quero afirmar que esta novidade anunciada pelo deputado Cherini ele não a soube no curso que fez, soube-a pela primeira, vez há anos, aqui nesta coluna.
A cigana leu o meu destino no Acampamento Farroupilha. Depois de ler as linhas da minha mão, houve o seguinte diálogo entre mim e a cigana:
EU – O que a senhora está vendo?
CIGANA – Que o senhor vai envelhecer nos próximos anos.
EU – Mais ainda?
CIGANA – O senhor também vai morrer nos próximos anos.
EU – Diga-me, cigana: a senhora teria um jeito de evitar que eu morra?
CIGANA – Talvez, se recontratássemos o preço desta consulta que o senhor está me fazendo.
EU – Deixe para lá, cigana, eu já sabia que ia morrer nos próximos anos pelo número de médicos que vêm me atendendo nos últimos anos. Vamos ao que interessa: tem jeito de eu ainda ser feliz?
CIGANA – Ah, isso custaria mais caro que este seu carro estacionado aqui.
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