sexta-feira, 17 de setembro de 2010



17 de setembro de 2010 | N° 16461
DAVID COIMBRA


Pedido de socorro

Fernanda tem sete anos de idade e sofre de esquizofrenia. O pai dela, Cláudio, a chama de “minha Pixulinha”.

Uma das formas de tratamento que funcionou com Fernanda foi estimular seu relacionamento com animais de estimação, sobretudo com cachorros pequenos. De todos, aquele ao qual ela mais se afeiçoou foi uma cadelinha microtoy branca, a Dóris, irmã desse cãozinho que está nas mãos de Fernanda na foto abaixo e, claro, parecida com ele.

Para Fernanda, Dóris é como se fosse sua irmã. Ela tem a cachorrinha há cinco anos. Praticamente toda a sua vida, portanto.

Quarenta dias atrás, porém, ocorreu uma tragédia. Dóris fugiu.

Cláudio fora passar o Dia dos Pais com Fernanda em Tramandaí. Ao estacionar em frente a uma farmácia, não percebeu que a cadelinha escapuliu janela afora. Quando chegou em casa, não a encontrou mais. Fernanda entrou em depressão profunda.

Desesperado, Cláudio espalhou pela cidade cartazes com a foto de Dóris, foi ao jornal local, perguntou pela vizinhança. Em vão. Até agora, a cachorrinha não foi encontrada.

Trata-se de um drama prosaico: um bichinho de estimação que se perdeu. Mas para Fernanda é mais do que isso. Desde o sumiço da cachorrinha, a menina não para de emagrecer. Já perdeu 3,8kg, apesar de estar sendo alimentada por indução de soro.

Está consultando uma psiquiatra, mas sem muito resultado. Cláudio já tentou dar outro cachorrinho à filha. Não adiantou. O pai chora todos os dias ao ver sua Pixulinha nesse estado, mas está impotente. O que fazer?

Bem, ele me pediu socorro. Talvez uma coluna de jornal não deva se prestar ao tratamento de um drama individual, talvez haja questões mais graves a abordar, mas a aflição de Cláudio me comoveu.

Até porque o caso é peculiar, o bichinho não é só um bichinho para a sua dona. E, ora, pode ser que essa história diga algo a respeito de pais e filhos, a respeito do que é realmente importante na vida, que é o amor.

Então, talvez uma história assim singela possa comover os leitores. Talvez comova quem, sem nenhuma má intenção, adotou a cachorrinha da menina Fernanda, lá em Tramandaí. E, se comover, talvez essa pessoa ligue para o Cláudio, o número dele é 51.3249-9349. E aí, isso é certo, essa pessoa vai devolver a mais forma mais simples da felicidade a alguém que nasceu especial.

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