Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Jaime Cimenti
Faroeste, ousadia narrativa, pastiche e histórias
Nesses tempos pós-modernos em que vivemos, em termos de literatura, o pastiche é um dos recursos mais interessantes que muitos autores utilizam. O gaúcho Antônio Xerxenesky, porto-alegrense nascido em 1984, em seu romance de estreia Areia nos dentes, originalmente lançado em 2008 pela Não Editora e finalista do Prêmio Açorianos de narrativa longa, trata de cenários e temas do velho faroeste e utilizou muito bem o recurso do pastiche, com referências a escritores como Thomas Pynchon e Cormac McCarthy e cineastas do porte de Sergio Leone, Sam Peckinpah, Clint Eastwood, Dario Argento, George Romero e Takashi Miike.
A narrativa agora foi relançada em nível nacional pela Editora Rocco. Xerxenesky parte de dois eixos narrativos básicos. Em Mavrak, um vilarejo perdido na fronteira entre o México e os Estados Unidos, duas famílias alimentam uma rivalidade ancestral, num passado não muito remoto, tipo início do século XX. Nos dias atuais, na capital mexicana, um aposentado experimenta as típicas angústias de um escritor que pretende narrar as histórias de seus antepassados.
Debaixo destes dois eixos, a história também trata de um jovem recém-formado que retorna à cidade natal e reencontra o amor da adolescência, tipo assim Romeu e Julieta. Além das histórias, do humor esperto e da agilidade narrativa, o autor, com habilidade, vai mesclando ousadia estilística com a ideia de que a literatura deve, também, ser divertida.
Na apresentação, o escritor Daniel Galera diz que na narrativa não se trata mais apenas de descobrir quem vai matar e quem vai morrer, mas também de refletir quem está contando essas histórias e por quê e que, em meio às superposições metanarrativas e referências a gêneros, em tempo virá a descoberta mais importante: a de que há um mesmo drama humano unindo esses narradores e seus personagens e uma história de pais e filhos.
Enfim, como se vê, Xerxenesky gosta de contar histórias, de brincar com o texto, com forma e conteúdo, de divertir leitores e, de quebra, homenagear autores e cineastas célebres.
É muito e é ousado. Sem dúvida uma estreia que já mostrou, com a primeira edição do livro, que promete e que nos aponta para outras obras criativas. Editora Rocco, 144 páginas, R$ 24,00, www.editorarocco.com.br.
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