segunda-feira, 20 de setembro de 2010



20 de setembro de 2010 | N° 16464
KLEDIR RAMIL


Engenheiro (da série “Profissões”)

Engenharia é uma profissão muito fácil, basta saber usar uma máquina de calcular. Máquina de calcular é um instrumento que serve para isso mesmo, fazer cálculos por você. É só digitar a operação e ela dá o resultado. Claro, é preciso conhecer alguns fundamentos básicos da matemática, como os números naturais e as quatro operações: somar, diminuir, multiplicar e dividir.

Somar é aquilo que se faz quando não se quer diminuir, e vice-versa. Multiplicar é o contrário de dividir. Pronto, se você não sabia isso, já aprendeu. Só falta decorar os números. Vamos lá. Olhe o seu dedo indicador, também conhecido como “fura bolo”: esse é o número 1. O furador de bolo em dupla com o “pai de todos” forma o número 2. Se você acrescentar o “seu vizinho”, teremos o 3. E assim por diante. Quando terminarem os dedos das mãos, peça ajuda para os universitários.

Na prática, o dia a dia da profissão é uma barbada. Ciência exata não tem erro: 2 mais 2 vai ser sempre 4. Ao mandar o pedreiro virar uma massa é só dizer: 2 de areia, 2 de terra, 1 de cimento e 1 balde d’água. Com isso você já poderia trabalhar mas, por via das dúvidas, é bom fazer a faculdade.

Você pode não acreditar, mas eu sou formado em Engenharia Mecânica e, para alívio da humanidade, virei artista. Ou seja, meus comentários podem estar equivocados. No meu tempo, no século passado, tinha que decorar a tabuada e fazer contas de cabeça. Ou usar um instrumento medieval chamado régua de cálculo. Não dá pra explicar aqui o que era uma régua de cálculo, só vou dizer que era necessário um QI de 150.

Engenharia é uma linda profissão. É ela que faz o mundo girar, no sentido metafórico, é claro. Ela está por trás de cada movimento seu. Quando você liga a TV, abre uma cerveja ou puxa a descarga do banheiro, pode ter certeza, ali tem a mão de um engenheiro.

Se você seguir essa carreira, tenha como objetivo chegar a chefe de departamento. A partir desse ponto, você passa a ter à disposição uma equipe de técnicos, assistentes e, o melhor de tudo, um estagiário.

Toda empresa hoje em dia tem um estagiário, que é aquele cara que carrega o piano para os outros tocarem. Então, se tiver que construir um ponte, é só chamar o pobre coitado e mandar ele pesquisar no Google. Aí ele apresenta o projeto, você repassa pra equipe e pronto. Minha única sugestão é que você não assine a obra, pois se a ponte cair quem vai pra cadeia é você.

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