sexta-feira, 10 de setembro de 2010


Jaime Cimenti

As criações dos mundos

Será que o(s) mundo(s) foi (foram) criados por Deus? Será que tudo começou mesmo com o tal Big Bang? Será que foi Deus o responsável pela faísca da grande explosão? Sei lá, essas coisas aconteceram há milhões de anos, se é que realmente aconteceram.

Não me lembro. Nem recorrendo às minhas dez mil vidas passadas, se é que vivi no passado, me recordo de algo. O físico inglês Stephen Hawking, que antes já pensou mais em criação divina e escreveu Uma breve história do tempo, agora lançou The grand design, dizendo que não é necessário invocar Deus para acender o pavio e pôr o universo em movimento.

Continuo em dúvida. Boto fé na ciência, coloco ciência na fé, mais uma pitada de religião, duas de filosofia, misturo bem e aí acho que a razão e a emoção ficam ao final com os poetas. Ficcionistas, filósofos, cientistas e religiosos perguntam, falam, explicam, muitas vezes até repetindo uns aos outros e ao fim e ao cabo a gente acredita ou não em alguma coisa, para dormir no domingo à noite.

Depois dos quarenta passei a ouvir Bach, reler Machado de Assis, não deixar de ouvir os Beatles, o Tom Jobim, o Tony Bennett e o Santana e passei a acreditar que Deus é uma grande e misteriosa energia boa, um sentido superior, que deve ter dado o start para a criação de paisagens lindas como as da Serra gaúcha, tipo as de Bento Gonçalves. Bento é uma prova que Deus existe. Mais não preciso.

Fernando Pessoa - Alberto Caeiro diz que pensar em Deus é desobedecer a Deus, porque Deus quis que não o conhecêssemos, por isso não se mostrou. Caeiro recomenda que sejamos simples e calmos, como os regatos e as árvores e que aí Deus vai nos amar e nos fazer belos como as árvores e os regatos e dar-nos o verdor na sua primavera e um rio onde ir ter quando acabemos.

É isso, melhor sentir, imaginar, sonhar e curtir o mundo, a natureza e as pessoas, sem maiores encucações. Quanto ao fim do mundo, prefiro nem sentir nem pensar muito, mas acreditar em outro poeta gigante, T.S. Eliot, que no final do poema Os homens ocos disse: assim expira o mundo, assim expira o mundo, assim expira o mundo, não com uma explosão, mas com um suspiro. Sabem tudo, sabem mais, esses poetas, antenas parabólicas da raça.

Humm ...Cheguei agora ao meio-dia a minha casa..De volta a Capital deste Estado mais ao sul deste País. A tempo para desejar um ótimo fim de semana para todos os leitores e leitoras deste blogger. Abraços amigos...Espero estar mais próximo agora.

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