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sábado, 11 de setembro de 2010
12 de setembro de 2010 | N° 16456
DAVID COIMBRA
A Condessa Drácula
A maldade existe.
Elizabeth Báthory era uma mulher má vivendo em um tempo de pessoas más. Ivan, o Terrível, foi seu contemporâneo. Vlad III Dracul, o homem que inspirou as lendas do Conde Drácula, foi seu adversário. Ela própria era chamada de “A Condessa Drácula”.
A perversidade de Elizabeth Báthory era tão famosa quanto a sua beleza. Na época em que viveu, o século 16, ela foi considerada a mulher mais linda da Hungria. E justamente a obsessão pela beleza e pela juventude fez com que se tornasse ainda mais louca. Ainda mais sádica.
Elizabeth era uma dedicada apreciadora das lides sexuais. Aos 13 anos de idade, teve um filho com um camponês. Aos 14, casou-se com o conde Ferenc Nasdady, guerreiro crudelíssimo que tinha por hábito torturar os prisioneiros inimigos antes de executá-los. Mas nem o conde, acostumado aos rigores e às dores da guerra, suportava assistir às atrocidades cometidas por sua mulher. Quando ela começava as sessões de tortura, ele saía da sala.
O casal residia em um castelo no alto dos Montes Cárpatos. Vi fotos das ruínas desse edifício: os restos do castelo encarapitados no cimo da montanha, a neve branca a cercá-lo, os picos gelados dos Cárpatos ao fundo. Assustador.
Naqueles tempos sombrios eram comuns os castigos corporais infligidos pelos senhores aos seus criados. Elizabeth, porém, se aplicava na coisa.
Uma empregada que falava demais ela mandou que lhe costurassem a boca – imagine o que não faria com o Galvão Bueno. Aos ladrões que eventualmente apanhava, ordenava que lhes tirassem a roupa e os imobilizassem. Em seguida, marcava seus corpos com moedas em brasa – imagine o que não faria com certos senhores lá de Brasília.
Elizabeth tinha especial preferência em supliciar moças. Um de seus métodos de tortura preferido era chamado de “Chute nas Estrelas”: punha papéis embebidos em óleo entre os dedos das vítimas e ateava fogo. As meninas chutavam o ar na tentativa desesperada de se livrar dos papéis, que acabavam se lhe grudando na pele por causa do óleo.
No inverno enregelante dos Cárpatos sua principal diversão era mandar despir as jovens, atirá-las na neve e banhá-las periodicamente com baldes d’ água, até que congelassem.
No verão, cobria as meninas com mel, amarrava-as nuas em uma árvore e esperava que os animais selvagens e os insetos as devorassem.
Um dia uma criada a penteava e, inadvertidamente, deu-lhe um puxão nos cabelos. Elizabeth ficou furiosa e a esbofeteou. O sangue espirrou do rosto da jovem no da condessa. Elizabeth examinou o local úmido e achou que a pele havia se tonificado. Concluiu que o sangue de meninas rejuvenescia. Chamou a criada, cortou-lhe a garganta e banhou-se com o sangue ainda quente. Foi o começo de suas práticas de vampirismo.
Elizabeth inventou uma jaula de ferro repleta de pontas de vidro. Pendurava a jaula no teto e colocava uma cadeira sob ela. A moça presa na jaula era espetada com uma lança por um esbirro, tentava fugir do suplício, feria-se nas lâminas de vidro e sangrava. No solo, a condessa cobria-se de sangue e o bebia sofregamente.
A “Condessa Sanguinária”, como também foi chamada, cometeu seus crimes por 30 anos. Praticamente exterminou as jovens das redondezas. Sua fama espalhou-se pela região, e os locais passaram a considerar o emprego no castelo como insalubre. Ninguém mais queria trabalhar lá. Compreensível – muitos chefes se comprazem em torturar os subordinados, mas poucos salários compensam ser torturado. E morto.
Sedenta de sangue, Elizabeth instituiu uma escola de boas maneiras para moças da nobreza. Algumas se inscreveram. Dinheiro posto fora: elas não apenas não aprenderam a se comportar em público como foram assassinadas.
Só que agora as vítimas eram nobres. As famílias protestaram, alertaram a igreja, que alertou o rei. As denúncias foram investigadas. Os soldados do rei vasculharam o castelo e descobriram corpos enterrados no subsolo, moças mutiladas nos porões e um diário escrito pela própria Elizabeth com a lista de 650 meninas que havia conduzido à morte lenta.
A condessa foi presa no próprio castelo, encerrada em um quarto sem portas ou janelas, apenas com uma abertura para passar água e comida. Lá ficou encarcerada por três anos, até morrer.
A história da Condessa Drácula prova como o sadismo pode embriagar o ser humano. A secação eterna dos torcedores da Dupla Gre-Nal prova também.
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