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quarta-feira, 29 de setembro de 2010
29 de setembro de 2010 | N° 16473
SERVIÇO LIMITADO
Bancários iniciam greve às vésperas das eleições
Sindicalistas e cientistas políticos negam tática eleitoral na paralisação
Apesar de faltarem apenas cinco dias para o primeiro turno das eleições, funcionários da Caixa, Banco do Brasil, Banrisul e bancos privados no Estado decidiram ontem entrar em greve por tempo indeterminado a partir de hoje. A decisão segue o movimento nacional da categoria.
Os bancários decidiram pela paralisação em virtude do impasse principalmente em torno do índice de reajuste. Enquanto os sindicatos pedem um aumento de 11%, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) oferece uma negociação a partir de 4,29%.
A categoria foi orientada pelo Comando Nacional dos Bancários a rejeitar a proposta e decidir pela greve. Até as 21h30min, a greve já havia sido aprovada na maioria das capitais e principais cidades, como São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Porto Alegre.
– As decisões das assembleias demonstram a indignação dos bancários com a postura intransigente dos bancos – afirma o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro. – Com os lucros de R$ 21,3 bilhões obtidos somente por cinco bancos no primeiro semestre é possível o atendimento das demandas da categoria.
Este é o sétimo ano consecutivo que os bancários fazem greve. Em 2009, pararam durante 15 dias.
Na Capital, assembleia teve participação de 500 pessoas
De acordo com líderes sindicais gaúchos, a decisão próxima ao pleito não tem motivação eleitoral. Lembram que o movimento é realizado anualmente em setembro por ser a data base da categoria.
– As eleições não interferiram – afirma o diretor de organização da Federação dos Trabalhadores em Insitituições Financeiras no Estado (Fetrafi-RS) Arnoni Hanke, filiado ao PT.
Também ligado ao PT, o presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região Metropolitana (SindiBancários), Juberlei Bacelo, reafirma que o calendário eleitoral não interferiu na data. Um dirigente sindical, no entanto, diz que sentiu dos líderes nacionais e paulistas intenção velada de levar a decisão para depois do segundo turno como forma de evitar desgaste à candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.
Para a cientista política Celi Pinto, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o impacto do movimento nas eleições será nulo. Celi não vê tática eleitoral no movimento, pois atinge todos os bancos. A opinião é dividida com cientista político Ricardo Caldas, da Universidade de Brasília (UnB):
– Como os bancos nem fizeram contraproposta, a greve mostra a perda de importância relativa dos bancários pela informatização dos serviços. Boa parte da população nem vai perceber a greve.
Na Capital, a decisão foi tomada em assembleia com cerca de 500 pessoas. Até as 22h, a Fetrafi-RS tinha o retorno de 15 dos 38 sindicatos do Interior e todos teriam decidido pela greve.
Bem quando não há outra maneira de se fazer ouvir, é o recurso previsto na lei. Lamentável é que todos os anos tenha que ser assim. Ainda assim um lindo dia para você
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