02
de janeiro de 2013 | N° 17300
PAULO
SANT’ANA | MOISÉS MENDES (Interino)
Nossos tigres
Você
aí, que viu 2012 passar num marasmo, procure um tigre para mantê-lo em alerta e
mudar tudo em 2013. Em algum momento, a vida depende de um tigre que ameace nos
devorar, para que as coisas em volta tenham sentido. É uma ideia cristã, a da
clássica provação que redime? Ou é uma ideia hindu, islamita?
Vá ver
as respostas que o filme As Aventuras de Pi oferece. Não porque tudo deva ser
racionalmente explicado, mas porque o bom mesmo é que as respostas não são únicas,
fechadas. A vida do guri indiano que naufraga e divide o barco com um tigre
resultou num filme fabuloso.
A
história de Pi é sutil, delicada, e derruba todos os limites entre realidade e
magia, ou entre verdade e mentira, quando o que importa é a lenda e suas
diversas versões, e não o que de fato pode ter ocorrido e que, no caso, só ele
mesmo, Pi, sabe ao certo. Para o menino, imaginação, invenção, magia, tudo é verdade.
O
filme é sobre um guri que prefere acolher a diversidade das religiões a
acreditar no Deus de apenas uma delas. Um dia, o navio cheio de bichos do zoológico
do pai, em que viaja com a família, naufraga no Pacífico. Uma zebra, uma
macaca, uma hiena e o tigre vão parar no barco salva-vidas com Pi.
A
partir daí, não conto mais nada. São 227 dias à deriva. As Aventuras de Pi é baseado
no livro do escritor canadense Yann Martel. Mas quem teve mesmo a sacada de
colocar homem e fera no mesmo barco foi Moacyr Scliar. É de Scliar a história
original, contada em Max e os Felinos. Martel admitiu que o copiou.
Vou
dizer o óbvio: pena que Scliar não esteja mais aí para ver como sua ideia
genial virou um filme grandioso. Ou, para seguir as provocações de Pi, quem
pode garantir que não esteja?
Um
leitor se queixou aqui do aumento do IPTU de Porto Alegre. O próprio prefeito
José Fortunati fez questão de dar a resposta neste email em que contesta a
informação:
“Em
relação à queixa do leitor Gilberto Galli sobre o aumento do IPTU, divulgada na
coluna de domingo, onde o mesmo afirma que ‘o IPTU de Porto Alegre teve um
aumento de 12,5% – 2013 em relação a 2012 – SEMPRE muito maior do que a variação
salarial’, devo afirmar que ela não corresponde à realidade. A Prefeitura de
Porto Alegre tem reajustado o IPTU, desde 2007, pelo IPCA, um dos indexadores
de menor variação, sendo que para o ano de 2013 o percentual de reajuste foi
estabelecido em 5,53%, um dos MENORES entre todas as capitais brasileiras. O
salário mínimo está sendo reajustado, no mesmo período, em 8,98%. Além do mais,
Porto Alegre está oferecendo o MAIOR desconto (20%) entre todas as capitais
para quem pagar o IPTU até o dia 2 de janeiro.
Os
dados sobre o reajuste do IPTU estão à disposição na Secretaria Municipal da
Fazenda. Aproveito para conclamar os porto-alegrenses para que aproveitem o
grande desconto oferecido para realizar o pagamento do IPTU até o próximo dia 2.
Os valores arrecadados serão revertidos em benefício da cidade. Feliz Ano Novo.
Que Deus abençoe a todos. José Fortunati – Prefeito de Porto Alegre”.
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