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sábado, 26 de janeiro de 2013
27 de janeiro de 2013 | N° 17325
PAULO SANT’ANA
Feliz ou infelizmente
Ora a gente é feliz, ora a gente deixa de ser feliz.
Muitas vezes, não somos felizes porque não nos apercebemos de que o somos, isto é, é a história de que a gente era feliz e não sabia.
E há também o caso de que somos infelizes e no entanto assim não nos consideramos: hipótese comum disso é quando se é muito pobre, pois mesmo assim há gente que se considera feliz.
Calcule bem, leitor ou leitora, os momentos felizes e os infelizes que já teve em toda a sua vida.
Sua vida certamente foi repleta de momentos felizes e infelizes.
O casamento é quase sempre um momento feliz. E a separação? É infeliz ou infeliz? Depende, cada caso é um caso.
Faça um balanço de sua vida e some os momentos infelizes que já teve. E compare-os aos momentos felizes.
Ponha os momentos felizes num prato da balança e os infelizes no outro prato da mesma balança.
A sua vida tem sido até agora mais infeliz se o prato dos infelizes fica abaixo do prato dos momentos felizes.
Mas há uma ressalva: depende da intensidade dos momentos de felicidade e da intensidade dos momentos infelizes.
Ou seja, a gente pode ter tido mais momentos infelizes na vida, no entanto foram pequenas infelicidades, enquanto pode ter tido menos momentos felizes mas foram intensos e embriagadores.
Isto é a felicidade.
Além disso, muitas vezes só podemos aquilatar que estamos muito felizes porque já sentimos outra vez que fomos muito infelizes.
E outras vezes só sofremos com momentos infelizes porque os comparamos com instantes felizes por que já passamos.
Quinta-feira passada, por exemplo, houve um grande momento de felicidade para mim, jantei com minha filha e meu genro, que moram em São Paulo.
Não só os camarões estavam muito deliciosos, como também foi delicioso matar a saudade juntos.
Já no dia seguinte, me aconteceram vários momentos infelizes: tentei ligar para meu neto e para meu filho, que estão em Garopaba, não consegui nunca a ligação. E estou até hoje sem poder ligar e mitigar a saudade.
A vida é assim, uma sucessão de momentos felizes e infelizes, é impossível escapar dessas sequências.
Se o que dizem vários grandes filósofos, que a felicidade é efêmera, quando ela se afasta de nós, aí é que dá chance à infelicidade.
O diabo é que nenhum grande filósofo disse até hoje que a infelicidade é efêmera.
Como dura a infelicidade!
Há receita certeira para a infelicidade: ser casado(a), a não ser que a mulher ou marido seja rico(a).
E não há receita certeira para a felicidade, a não ser a de manter a saúde perfeita ou ser solteiro.
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