O
smoking do Messi
Não
são apenas os caras de Hollywood que gostam de inovar. Leonel Messi foi
receber, pela quarta vez, o prêmio de melhor do ano com um surpreendente
smoking de seda de um botão, com pequenas bolinhas brancas e lapela de cetim,
modelo criado especialmente pela grife Dolce & Gabbana para ele. Dizem que
a sugestão foi do patrocinador, e a roupa lembra um terno usado pelo Maradona,
também de bolinhas.
Homenagem?
Tirando a gravata-borboleta, que não precisava ser do mesmo tecido e tão
grande, e a largura um pouco excessiva da lapela, achei a ousadia legal. Messi
fugiu do lugar-comum e conseguiu não cruzar, ao menos de todo, a tênue linha
que separa a extravagância da elegância. Todo mundo falou do assunto. A coisa
rendeu. Messi, com seu visual arrojado, ficou parecido com o simpático ratinho órfão
Stuart Little em traje de gala.
O
craque coloca mais um capítulo e umas fotos interessantes em sua já fantástica
biografia. Moda masculina, em geral, é bem conservadora, e a maioria dos caras
prefere terno preto, camisa branca, gravata discreta, cinto, sapatos e meias de
cor preta e quase nada ou nada de acessórios.
Artistas, jogadores e outras celebridades, movidos muitas vezes pelos
consultores de moda e de imagem - ou pelos fabricantes -, vestem roupas ousadas.
Viram
manequins por uma noite, mesmo a contragosto. Messi, por exemplo, é discreto,
certinho, e foi uma agradável surpresa vê-lo trajando o smoking com bolinhas. Bom,
tudo bem, ele não apareceu com paletó de estampa de onça ou vestindo casaco de
smoking coberto com dois mil cristais Swarovski. O traje causou a polêmica e o
impacto desejados, mas acho que a grife não deverá receber encomendas da roupa.
Ao
menos trajes exatamente iguais, penso que não. O tal smoking pijaminha é tipo
esses vestidos de estilista, que devem e podem ser usados uma vez só, em ocasiões
muito especiais, marcando alguma tendência. De qualquer modo, novidades são, em
princípio, sempre bem-vindas. O novo sempre vem. Sempre vem bem. Manequim de
funerária, todo de preto; pinguim, em preto e branco; pavão, em muitíssimas
cores e outros visuais estão aí.
O
mais importante é o cara se sentir bem, à vontade, simples e elegante. O que
importa é que o que está dentro da embalagem seja mais e melhor do que ela. É a
velha história: existe diferença entre estar bem-vestido e estar enfeitado,
empacotado para presente ou, simplesmente, vendendo confecções e dando um
retorno para os financiadores.
Jaime
Cimenti
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