segunda-feira, 14 de janeiro de 2013



14 de janeiro de 2013 | N° 17312
SAÚDE

Um doce inimigo

Diabetes obriga crianças e pais a transformar a dieta familiar

Até o dia em que Yasmin, oito anos, passou mal no sítio da família, os pais Gleice e Everton Schmitz nunca haviam imaginado que poderia haver algo de errado com a menina. Ela tinha muita sede, urinava constantemente, tinha uma fome além do normal e, mesmo alimentando-se bem, estava cada vez mais magra, chegando a pesar apenas 19 quilos.

A mãe acreditava que o emagrecimento era consequência das aulas de natação. Em março deste ano, a menina sentiu tonturas, palpitações, boca seca, enjoo e cansaço. Após um teste de glicemia, veio a surpresa: a garota estava com a taxa de açúcar no sangue altíssima (600 ml/dlm). Levada ao hospital, veio o diagnóstico: Yasmin tem diabetes tipo 1.

– Para nós foi um susto muito grande, porque nunca imaginamos que Yasmin tivesse algum problema de saúde. Não sa- bíamos praticamente nada sobre diabetes e precisamos aprender a lidar com a doença de um dia para o outro. Na verdade, foi uma revolução na família – conta a mãe.

Relembrando a infância da menina, Gleice percebe que a filha já apresentava alguns sintomas há mais tempo, como sede, fome e urina em excesso. Só que ela não sabia que esses poderiam ser sinais da doença. Yasmin cresceu comendo doces, bolachas recheadas, refrigerantes e chocolates. Hoje, a alimentação da menina – e também de toda a família – é totalmente saudável. No lugar das guloseimas, frutas, sucos, saladas, carnes magras e grãos integrais. A irmã de Yasmin, Maria Alice, dois anos, está aprendendo desde pequena a se alimentar corretamente.

A grande preocupação da família era a volta de Yasmin para a escola, já que ela teria que monitorar o diabetes na sala de aula. Gleice decidiu ir à instituição conversar com direção e professores, que explicaram aos coleguinhas a situação da menina. O resultado foi muito positivo, e ela não se sente excluída da turma por ser diabética. Participa das comemorações e festinhas, sabendo o que pode ou não comer.

viviane.bevilacqua@diario.com.br

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