24/12/2012
e 25/12/2012 | N° 17293
CAPA
O valor de acreditar
Deixei
meu sapatinho Na janela do quintal Papai Noel deixou Meu presente de Natal Como
é que Papai Noel Não se esquece de ninguém Seja rico, ou seja pobre O velhinho
sempre vem
Os
versos, cantados há décadas, traduzem a magia dessa época. Este universo de
fantasia, vivenciado por crianças do mundo todo, é o que perpetua a tradição do
personagem mais célebre do Natal: o Papai Noel. E, dizem os especialistas,
acreditar no bom velhinho é supersaudável, pois é nesta fase que as crianças
começam a compreender que a fantasia é o primeiro passo para transformar um
desejo em realidade.
– Os
pais exercem um papel muito importante na transição da fantasia e realidade. Cabe
a eles deixá-las livres para que elas se sintam seguras nesta mudança – afirma
o psicólogo Paulo Vaz.
Para
a pedagoga Kátia Duarte, que trabalha há 28 anos com crianças, o
desenvolvimento infantil saudável passa, necessariamente, por esta fase. Naturalmente,
elas percebem que é uma lenda:
– As
crianças estão cada vez mais precoces. Mas, em média, aos seis anos, elas
deixam de acreditar, quando têm um entendimento maior da realidade.
A
psicóloga Fernanda Farias diz que os pais devem viajar com eles na fantasia:
– Comprar
livros e músicas natalinas podem ser boas peripécias.
Escrever
uma cartinha e montar junto com a criança a árvore de Natal também servem de
estímulos.
Estudos
comprovam que crença faz bem ao cérebro
O
sociólogo francês Gérald Bronner – que assina uma matéria sobre o tema na
revista Mente e Cérebro deste mês – realizou uma pesquisa com 142 crianças para
entender o momento na mudança do sistema de visão de mundo delas. O abandono da
crença em Papai Noel provocou em quase metade das crianças algum tipo de crise,
que pode se transformar em uma simples desilusão ou até causar atos de violência.
Outro
interessante estudo foi conduzido na Universidade de Oregon, nos Estados Unidos.
Nele, há resultados de testes realizados com 152 crianças de três a quatro anos.
As crianças que acreditavam mais em fantasias se saíam melhor na hora de distinguir
a realidade da ilusão. Como se vê, a fantasia de Natal é saudável não só para
nossos corações, mas também para nossas mentes.
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