DANUZA
LEÃO
Mais um
Não
dá para entender porque as pessoas se desejam "Feliz Natal"; seria
melhor receber um "feliz hoje" todos os dias
JÁ QUE
estamos em pleno clima de Natal, como enfrentar os próximos dias que nos
esperam? Eu tomei minhas resoluções e comecei a segui-las há uma semana.
Em
primeiro lugar, sair de casa só por justíssima causa. Supermercado só aos
domingos muito cedo, que é quando estão vazios, comprando o mínimo necessário
para não morrer de fome. Pedir ao médico -se ele não estiver viajado e seu
consultório ficar a não mais que um quarteirão de sua casa- várias receitas de
vários tranquilizantes e também de um poderoso sonífero para uma eventualidade
mais grave (noite de 24). E passar direto na farmácia, para não ter que sair de
novo e poder voltar para casa correndo.
Se
você faz parte da turma que se estressa no fim do ano -e quem não o faz?- peça
a seu porteiro para não lhe entregar um só pacote com ares de presente de Natal.
Que deixe tudo para depois de 6 de janeiro, quando todos os festejos estarão
terminados.
Só então
você vai telefonar para quem lembrou de você e agradecer, dizendo que foi
passar as festas no Equador e que adorou o presente. A única maneira de se
liberar das lembrancinhas de Natal é jamais retribuí-las; um dia as pessoas
compreendem. Mas o grande perigo é o telefone.
Se
você faz parte dos 99,9 % que usam celular, é mais fácil, pois sabe quem está ligando
e pode simplesmente não atender. Mas, se pertence à turma dos que, como eu, só têm
telefone fixo -e com fio-, aí é preciso uma estratégia mais cuidadosa.
Para
aqueles dois ou três amigos com quem você se entende, é preciso combinar. Eles
devem ligar, deixar o telefone tocar uma vez e ligar de novo -aí você atende. As
pessoas que você mais adora na família (que não são todas) têm o direito de
saber desse código, assim você se liberta de ouvir o eternamente igual "Feliz
Natal", coisa que eu nunca entendi muito bem.
A não
ser que seja uma pessoa verdadeiramente religiosa, que festeja com fervor o
nascimento de Jesus -e eu não conheço ninguém assim-, não dá para entender
porque as pessoas se desejam todas um feliz Natal. Eu entenderia melhor se
todos os dias fosse cumprimentada pelo jornaleiro, pela vendedora da loja e por
todos os meus amigos com um "feliz hoje"; não seria mais legal? E
para se defender da programação natalina na TV, só o Animal Planet e o Canal
Rural.
Como
falta só uma semana, procure não se estressar: o Natal passa.
PS -
Se nem os ministros do Supremo têm a mesma opinião sobre quem deve cassar os
deputados condenados -se o STF ou a Câmara dos Deputados-, nós, simples
mortais, muito menos.
Mas
eu torço para que essa situação seja decidida ficando essa incumbência para o
Supremo, porque não tenho a menor confiança em nossos nobres deputados -nem
tenho razão de ter. Não vamos nos esquecer que foram eles, em 2005, que votaram
em Severino Cavalcanti com o claro intuito de bagunçar mais ainda a situação política
na época, e acho perfeitamente possível que eles, escudados pelo voto secreto,
sejam capazes de votar pela não cassação dos deputados condenados, o que seria
uma total vergonha para o país e que pode perfeitamente acontecer.
E não
entendo como o ministro Celso de Mello se esqueceu de se vacinar contra a gripe.
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