segunda-feira, 10 de dezembro de 2012



10 de dezembro de 2012 | N° 17279
PAULO SANT’ANA

Falsa felicidade

Voltou o tema da felicidade a martelar a minha cabeça.

Há gente que acredita que existe a felicidade. E há gente que não acredita que exista a felicidade.

Pois bem, acontece o seguinte: não raro, vemos pessoas ao nosso redor que nos parecem felizes, realizadas.

Tudo dá certo para elas. Mas essa é a nossa impressão. Será que nossa impressão é a certa?

Eu digo isso porque há pessoas que nos veem e acham que nós somos felizes. E, no entanto, nós estamos profundamente infelizes.

Então nós podemos nos enganar com os outros e considerarmos felizes pessoas que no entanto não são felizes.

Comigo mesmo acontece de pessoas afirmarem que tenho tudo para ser feliz: tenho emprego bem remunerado, tenho aposentadoria, tenho família, tenho filhos, tenho netos. Aos olhos de muitas pessoas é obrigatório que eu esteja feliz.

E, no entanto, muitas vezes eu não estou feliz.

É muito subjetiva a felicidade. Parece que a temos, mas não a temos.

E há pessoas que consideramos infelizes, e vai ver elas são muito felizes.

Dá para definir, ainda que não precisamente, que felicidade é quando temos tudo que gostaríamos de ter. Mas tudo que “nós” gostaríamos de ter e não o que os outros imaginam que temos.

Tem também o seguinte: há pessoas que nos parecem felicíssimas porque elas nos contam só coisas boas que acontecem com elas. Estrategicamente, pela natureza delas, elas nos omitem o que de ruim acontece com elas. E acontece cada coisa triste e complicada com elas!

Então, é muito importante, na valoração sobre se uma pessoa é feliz ou não, a divulgação que a pessoa faz da sua vida para as pessoas da sua relação. Tem gente que só conta coisas boas que lhe acontecem. E quando lhes acontecem coisas ruins, elas silenciam.

Por isso é que existe muita felicidade falsa por aí.

Da minha parte, encerro esse assunto para declarar o que mais importante penso e sinto sobre esse assunto: o nosso dever, pelo que tenho sentido na vida, não é ser feliz, o nosso dever não passa de nos esforçarmos para sermos menos infelizes.

Foi inaugurada a Arena do Grêmio com uma festa grandiosa, inesquecível.

Houve falhas, mas a festa em si atenuou-as. Não funcionaram os elevadores, houve falhas no atendimento das copas, mas, em resumo, os nossos olhos e os nossos sentidos se emocionaram com as cerimônias da inauguração.

É que a inauguração foi feita às pressas, tinha que sair naquele dia. E saiu.

Evidentemente que logo em seguida vai funcionar tudo melhor na Arena.

E além de nos termos emocionado na estreia, é certo que muitas grandes emoções nos esperam daqui por diante com esta Arena deslumbrante que estamos apenas começando a conhecer.

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