sábado, 29 de dezembro de 2012



30 de dezembro de 2012 | N° 17298
CLAUDIA TAJES

Lá vamos nós

Dizem que tudo de bom que a gente realiza conta pontos, só não sei para o quê. Mas isso não inclui o trânsito. No trânsito, dê espaço para três pedestres, dois carros, um ônibus, uma carroça e uma lotação e, quando você mais precisar de um espacinho, não terá. Não que se deva fazer uma gentileza pensando em retribuição, mas bem que educação no trânsito deveria contar pontos. Nem que fosse para a próxima conversão à esquerda.

Uma sugestão para os estacionamentos dos supermercados e shoppings. Assim como existem as vagas para idosos, gestantes e pessoas com dificuldades de locomoção, poderia haver vagas para barbeiros.

Não os profissionais da barba e do cabelo, mas aqueles que não conseguem estacionar dentro das duas linhas. Seriam vagas maiores, localizados em pontos mais distantes das portas principais, com toda a privacidade para o motorista barberear à vontade. Com esse monte de carros no mundo e a escassez de lugar para todos, não seria um serviço de utilidade pública?

A editora Gabrieli Chanas veio toda feliz com a novidade: um leitor te mandou uma cartinha pelo correio. Aproveitando uma passada pela redação, peguei meu envelope. Surpresa. O leitor, que só se identificou como Luiz Antônio, me passava uma carraspana porque a ninguém interessa o meu “gremismo”.

Também me mandou o xerox de uma reportagem sobre o livro do Paulo César Caju, o que me remeteu à célebre questão: e o Keko? Ô, Luiz Antônio, futebol a sério é na Editoria de Esportes. Aqui só tem pitaco de torcedora – e pitaco assinado. Aliás, se a sua carta viesse com assinatura e endereço, eu nem falaria dela aqui, trataria de mandar sua resposta pelo correio.

A Casa de Ideias surgiu em 2011 com a proposta de promover cursos, oficinas e palestras bacanas sobre assuntos interessantes. Mais ou menos o que faz o Studio Clio, que há tempos bota a cabeça do pessoal para trabalhar. Pois agora a Casa de Ideias inventou um projeto que anda bombando: o Trio Chico da Andréa Cavalheiro, Pedro Gonzaga e Rodrigo Reinheimer interpreta músicas do Chico Buarque, com comentários do professor Flávio Azevedo.

Tem fila de espera, cadeira extra, tudo como manda o figurino das boas atrações. E tomara que, logo, logo, rolem outras edições. Em janeiro, oficinas de Literatura & Cinema com Ismael Caneppele e Radioweb com Katia Suman e Diego Nienow. Mais em casadeideias.com.

Depois de três meses sem ver meu filho, eis que ele surge no desembarque do Salgado Filho. Mas quase que não volta. Na noite anterior ao voo, que partiria de Nova York às duas da tarde, decidiu pular a roleta para economizar na passagem do metrô. Frase que ecoou no ambiente: teje preso, só que em inglês.

Acabou na delegacia da estação, condenado a pagar uma multa em uma corte nos confins do Brooklyn. O jeito foi não dormir para comparecer às oito diante do senhor juiz, acertar a conta e pegar o transporte às dez para o aeroporto. Passagem de metrô: dois dólares e cinquenta. Multa: cem dólares. Mais uma história para contar: não tem preço. Mas que deu prejuízo, deu.

Nos finais de ano, sempre lembro da frase do Freud, ou da frase ao Freud atribuída, em conversa com a própria mulher: se um de nós dois morrer, me mudo para Paris. 2012 vai morrendo e lá vamos nós, de mala, cuia e planos, mudar para novos, e melhores, dias. Que 2013 mereça o que a gente espera dele.

Nenhum comentário: