30
de dezembro de 2012 | N° 17298
CLAUDIA
TAJES
Lá vamos
nós
Dizem
que tudo de bom que a gente realiza conta pontos, só não sei para o quê. Mas
isso não inclui o trânsito. No trânsito, dê espaço para três pedestres, dois
carros, um ônibus, uma carroça e uma lotação e, quando você mais precisar de um
espacinho, não terá. Não que se deva fazer uma gentileza pensando em retribuição,
mas bem que educação no trânsito deveria contar pontos. Nem que fosse para a
próxima conversão à esquerda.
Uma
sugestão para os estacionamentos dos supermercados e shoppings. Assim como
existem as vagas para idosos, gestantes e pessoas com dificuldades de
locomoção, poderia haver vagas para barbeiros.
Não
os profissionais da barba e do cabelo, mas aqueles que não conseguem estacionar
dentro das duas linhas. Seriam vagas maiores, localizados em pontos mais
distantes das portas principais, com toda a privacidade para o motorista
barberear à vontade. Com esse monte de carros no mundo e a escassez de lugar
para todos, não seria um serviço de utilidade pública?
A
editora Gabrieli Chanas veio toda feliz com a novidade: um leitor te mandou uma
cartinha pelo correio. Aproveitando uma passada pela redação, peguei meu
envelope. Surpresa. O leitor, que só se identificou como Luiz Antônio, me
passava uma carraspana porque a ninguém interessa o meu “gremismo”.
Também
me mandou o xerox de uma reportagem sobre o livro do Paulo César Caju, o que me
remeteu à célebre questão: e o Keko? Ô, Luiz Antônio, futebol a sério é na
Editoria de Esportes. Aqui só tem pitaco de torcedora – e pitaco assinado.
Aliás, se a sua carta viesse com assinatura e endereço, eu nem falaria dela
aqui, trataria de mandar sua resposta pelo correio.
A
Casa de Ideias surgiu em 2011 com a proposta de promover cursos, oficinas e
palestras bacanas sobre assuntos interessantes. Mais ou menos o que faz o
Studio Clio, que há tempos bota a cabeça do pessoal para trabalhar. Pois agora
a Casa de Ideias inventou um projeto que anda bombando: o Trio Chico da Andréa
Cavalheiro, Pedro Gonzaga e Rodrigo Reinheimer interpreta músicas do Chico
Buarque, com comentários do professor Flávio Azevedo.
Tem
fila de espera, cadeira extra, tudo como manda o figurino das boas atrações. E
tomara que, logo, logo, rolem outras edições. Em janeiro, oficinas de
Literatura & Cinema com Ismael Caneppele e Radioweb com Katia Suman e Diego
Nienow. Mais em casadeideias.com.
Depois
de três meses sem ver meu filho, eis que ele surge no desembarque do Salgado
Filho. Mas quase que não volta. Na noite anterior ao voo, que partiria de Nova
York às duas da tarde, decidiu pular a roleta para economizar na passagem do
metrô. Frase que ecoou no ambiente: teje preso, só que em inglês.
Acabou
na delegacia da estação, condenado a pagar uma multa em uma corte nos confins
do Brooklyn. O jeito foi não dormir para comparecer às oito diante do senhor
juiz, acertar a conta e pegar o transporte às dez para o aeroporto. Passagem de
metrô: dois dólares e cinquenta. Multa: cem dólares. Mais uma história para
contar: não tem preço. Mas que deu prejuízo, deu.
Nos
finais de ano, sempre lembro da frase do Freud, ou da frase ao Freud atribuída,
em conversa com a própria mulher: se um de nós dois morrer, me mudo para Paris.
2012 vai morrendo e lá vamos nós, de mala, cuia e planos, mudar para novos, e
melhores, dias. Que 2013 mereça o que a gente espera dele.
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