11
de dezembro de 2012 | N° 17280
PAULO
SANT’ANA
Carnificina geral
É difícil
de acreditar, mas a Grande Porto Alegre tem mais homicídios do que a Grande São
Paulo.
Para
que o leitor entenda. Há 40 dias, a Grande Porto Alegre alcançou 950 homicídios.
Na
mesma data, a Grande São Paulo atingiu 1.246 homicídios.
Como
a Grande São Paulo tem 11,2 milhões de habitantes e a Grande Porto Alegre
possui somente 3,5 milhões de habitantes, pasmem, leitores, Porto Alegre está matando
duas vezes e meia mais do que São Paulo, proporcionalmente.
Isso
que São Paulo tem o Primeiro Comando da Capital, que dirige as mortes e os
atentados de dentro das prisões.
É inacreditável
a taxa de homicídios da Grande Porto Alegre. Não tem nada a ver com a atuação
da polícia, nós matamos mais, e pronto.
São
Paulo era mais violenta do que Porto Alegre até 2005. Dali em diante, passamos
a batê-la em homicídios.
Para
cada 100 mil habitantes, Porto Alegre tem 27 homicídios por ano, São Paulo
somente 11.
É inacreditável.
Os números foram colhidos por elogiável levantamento da equipe de repórteres e
editores do Diário Gaúcho.
Agora
uma praga brasileira em que Porto Alegre se inclui: na Grande Porto Alegre,
temos 81% dos homicídios não esclarecidos.
Na
Grande São Paulo, temos 71% dos homicídios não esclarecidos. Portanto, há mais
impunidade aqui do que lá.
Mas
a campeã em homicídios não esclarecidos é o Rio de Janeiro, com 96% dos homicídios
não esclarecidos.
É de
arrepiar!
E
tem gente que vive dizendo que bandido tem de ser preso. Mas como se vai prendê-los,
se não sabemos quem eles são? A triste verdade é que nós não sabemos quem mata.
Morre gente assassinada como formiga em nossas capitais e não se descobrem os
autores das mortes.
Ora,
se no Rio de Janeiro apenas 4% dos matadores são responsabilizados pelos
assassinatos, vê-se que o campo da impunidade que existe lá é imenso.
Sabendo
que não pagarão por seus assassinatos, os assassinos sentem-se mais estimulados
a continuar a praticar os homicídios.
É uma
barbada matar no Rio, matar em Porto Alegre e matar em São Paulo.
É só
matar e permanecer em liberdade: para continuar matando.
Esta
estatística é terrível para nós, brasileiros. Porque significa que nossas
grandes cidades são barris de pólvora onde ninguém está seguro.
Muitos
desses homicídios são de bandos contra quadrilhas, mas são bandos e quadrilhas
que vivem entre nós, passam por nós, cruzam nossas ruas e rondam nossas casas.
Chegou
a um ponto, no Brasil, em que a segurança pública passou a ser problema mais
grave do que o do abandono dos doentes e dos hospitais e emergências
superlotadas.
Uma
catástrofe!
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