14
de dezembro de 2012 | N° 17283
PAULO
SANT’ANA
O
Bairrista
Eu
vou fazer um anúncio: os dois maiores humoristas do RS nos próximos anos serão
esses dois rapazinhos anônimos que estão fazendo O Bairrista, uma entidade
humorística que atua na Rádio Gaúcha e agora lançou um jornal próprio, no qual
arranjaram uma paródia para a minha coluna, que hoje vou transcrever.
Não
sou eu que escrevo, são eles. Mas eis a primeira paródia dos garotos, que eles
intitularam “Deus”:
“Nesta
primeira coluna, gostaria de saudar todos que me leram durante todos esses
anos. Não por mim, mas por vocês. Que excelente decisão vocês tomaram ao se
tornarem meus leitores. Em que outro lugar vocês encontrariam tanta genialidade
numa combinação de papel e tinta?
Domingo,
a cantora Madonna – nome em homenagem à minha mãe – teve a petulância de me
chamar no palco para cantar com ela. Claro que aceitei, desde que Julio
Iglesias me convidou para cantar com ele e me presenteou com seu próprio par de
alpargatas, permito apenas que me chamem Dios. Para Madonna, abri uma pequena
exceção: ‘Podes me chamar de God’. Não que eu seja bom ao cantar música pop,
milongas ou boleros. Eu criei todos esses ritmos. Sei antes de qualquer outro
ser o que um compositor irá incluir numa música. Sei a letra e o tom, portanto,
cantá-las é a parte mais fácil.
Depois
de muito tempo, resolvi passear pelas ruas e vielas de Porto Alegre. Como
sempre, fui aclamado, reverenciado, aplaudido e amado. E olha que é verdade, em
todo lugar que vou, sou querido e festejado. Como no almoço com meu amigo São
Pedro. Sempre que ele tem uma dúvida sobre quais anjos mandar para conduzir uma
tempestade, vem se aconselhar comigo. Só de bater o olho eu sei qual anjo é bom
ou ruim. E é tiro certo! Por isso São Pedro se cala quando eu falo, coisa que
todos vocês deveriam fazer.
Esses
tempos, eu quis fazer uma experiência. Há tempos se ouvia um burburinho aqui no
Jardim do Éden sobre um remédio azul que extermina problemas de ereção. Não que
precisasse, mas mesmo assim resolvi tomar. O resultado não foi nada demais, visto
que eu inventei também todos os órgãos masculinos.
Dizem
que o Diabo precisa. Além disso, o Diabo fala demais. Não pode ver um microfone
que já sai falando e falando. Outro defeito do Demo é não saber sair do gol.
Sempre que rola uma pelada entre o time do Paraíso e o do Inferno, a jogada é
infalível: bola na área que o Demo entrega. Assim tem sido por longos anos. Se
tem algo que eu sei é tudo, e analisar um goleiro é só uma parte do todo.
Aproveitei
o sábado de descanso e fui visitar nosso querido escritor Luis Fernando
Verissimo no hospital. Não, não fui curá-lo, mas passei para dar um alô.
Não
visitei o Wianey, pois ele não acredita mais em mim. Que fique bem claro: eu
jamais acreditei nele”.
Bem,
agora sou eu que escrevo. Vão aqui algumas manchetes do jornal O Bairrista:
“Mesmo com este forte calor, Gramado pode ter neve nesta madrugada”. “Cleo Kuhn
acerta a previsão do tempo e pega gaúchos de surpresa”. “Paulo Sant’Ana deixa
de fumar e Souza Cruz registra queda no faturamento”.
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